Brasil já perdeu mais enfermeiros para a Covid-19 do que Itália e Espanha
Já foram registrados 94 óbitos de enfermeiros brasileiros por Covid-19. Entre possíveis motivos está a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)

Por: Júlia Pereira
O número de mortes de enfermeiros brasileiros que atuam na linha de frente do combate ao novo coronavírus é alarmante.
Segundo dados do Observatório da Enfermagem, até a manhã desta sexta-feira (08 de maio), foram registrados 94 óbitos de trabalhadores de enfermagem pela Covid-19 no país.
As vítimas são jovens: 41 tinham menos de 60 anos, sendo uma dela de apenas 29 anos.
A cidade de São Paulo, epicentro da crise do coronavírus no Brasil, lidera o ranking com 18 mortos, seguida por Rio de Janeiro, com 14.
O Cofen lançou uma plataforma para monitorar as mortes dos profissionais de enfermagem no país, com o auxílio dos Conselhos Regionais. Outros 16 óbitos estão sob análise.
Mortes dos profissionais de enfermagem no mundo
Os Estados Unidos, país com maior número de vítimas da pandemia (já são mais de 76 mil), perdeu 46 profissionais da área.
Já a Itália, segunda nação com mais mortes pela doença (30 mil vítimas), teve 35 óbitos. As informações são da Federazione Nazionale degli Ordini delle Professioni Infermieristiche, entidade equivalente ao Cofen no país europeu
A Espanha, que registrou, até o momento, 26 mil mortos, teve apenas quatro óbitos entre os profissionais de enfermagem, segundo o Consejo General de Enfermería.
O Conselho Internacional de Enfermagem estima que mais de 100 enfermeiros e técnicos perderam a vida pela Covid-19 enquanto atuavam na linha de frente no combate ao coronavírus.
Isso significa que o Brasil corresponde à maior fatia do total global de óbitos de profissionais da área.
Especialistas entrevistados pelo El País apontam que um dos principais fatores que levam a este resultado é que boa parte dos serviços de Saúde não afastou profissionais com idade acima dos 60 anos e com comorbidades, ou seja, os trabalhadores da área de enfermagem que estão no grupo de risco.
Após a morte de uma enfermeira de 63 anos, em Carapicuíba (SP), a Justiça Federal determinou que profissionais de enfermagem do sistema público que estejam no grupo de risco devem ser realocados para funções em que não tenham contato direto com pacientes de qualquer síndrome gripal.
A falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) também é um problema enfrentado por esses profissionais. A qualidade do material é questionável, assim como o uso irregular por parte desses trabalhadores.
Com Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) quase lotadas, prefeituras e Estados tentam abrir novas vagas para atender a população. O problema é que muitos leitos estão sendo abertos sem enfermeiros e médicos especializados em UTI. Ou seja, os profissionais acabam tendo que prestar serviços para os quais não receberam treinamento adequado.
Fonte: El País
22/05/2020 @ 15:51
[…] novas vagas para atender a população. O problema é que muitos leitos estão sendo abertos sem enfermeiros e médicos especializados em UTI. Ou seja, os profissionais acabam tendo que prestar serviços para os quais […]
16/12/2020 @ 11:31
[…] novas vagas para atender a população. O problema é que muitos leitos estão sendo abertos sem enfermeiros e médicos especializados em UTI. Ou seja, os profissionais acabam tendo que prestar serviços para os quais […]