Brasil é o 3º país no mundo mais afetado por fake news sobre vacinas
Mesmo com mais de meio milhão de mortos por Covid-19 no país, os brasileiros continuam espalhando fake news sobre vacinas, através das mídias sociais e pelo WhatsApp

Um estudo realizado por cientistas australianos mapeou o impacto de notícias falsas na sociedade. No ranking dos 52 países mais afetados por fake news sobre vacinas e Covid-19, o Brasil ocupa o terceiro lugar, atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia. Não por acaso esses são também os três países com mais casos confirmados e mortes pela covid.
Para analisar informações relacionadas às vacinas contra a Covid-19, os pesquisadores levaram em consideração publicações de plataformas online feitas entre 31 de dezembro de 2019 e 30 de novembro de 2020. Postagens em redes sociais e blogs também foram analisadas.
O estudo mostrou que, de 637 publicações relacionadas ao tema, 83% eram falsas, 10% enganosas e 2% exageradas, enquanto 5% eram verdadeiras.
Mesmo com mais de meio milhão de mortos por covid-19 no país, os brasileiros continuam espalhando fake news (notícias falsas) sobre vacinas, através das mídias sociais e pelo WhatsApp.
As fakes news envolvem desde chips dentro das vacinas, que supostamente poderiam controlar as pessoas imunizadas, até doenças causadas pelos imunizantes.
O mais grave destas falsas notícias é que podem ser perigosas e até matar pela desinformação. Milhões de pessoas acreditam no que recebem e quase nunca conferem a veracidade das informações. Até parte dos profissionais da saúde acredita nas mentiras divulgadas na internet.
Foi o que aconteceu com dois profissionais de saúde no Hospital da Zona Sul de Londrina, no norte do Paraná. Jeferson se negou a receber a imunização no fim de fevereiro, mas mudou de ideia e chegou a tomar a primeira dose no fim de março. O homem, que tinha 34 anos, morreu antes da aplicação da segunda dose.
No mesmo hospital, Angela Marques, que atuava como técnica de enfermagem, também se recusou a tomar a vacina. De acordo com o hospital, ela morreu de covid no dia 23 de abril, aos 54 anos.
Um levantamento recente feito nos Estados Unidos mostra que mais de 99% das pessoas que morreram de covid-19 no país, no mês de maio, não tomaram vacina contra a covid. O número é uma evidência do quanto a vacinação em massa é importante para reduzir o número de mortes pela doença.
Fonte: Cultura