Brasil buscou 84 vezes cloroquina no exterior e recusou 14 vezes vacinas

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O governo federal atuou pela aquisição de insumos para a produção de hidroxicloroquina no exterior em pelo menos 84 ocasiões durante a pandemia. Enquanto isso, chegou a recusar ofertas de vacinas do Instituto Butantan, da Pfizer e da Covax Facility

Crédito das imagens: Jair Bolsonaro, fotografado por Marcelo Camargo, da Agência Brasil | caixões sendo colocados em vala comum/ Reprodução Twitter

O governo federal atuou pela aquisição de insumos para a produção de hidroxicloroquina no exterior em pelo menos 84 ocasiões durante a pandemia, conforme levantamento de telegramas do Itamaraty enviados à I da Covid e obtidos pelo jornal O GLOBO.

O esforço ficou concentrado até junho do ano ado, quando o Brasil conseguiu restabelecer a produção e recebeu uma doação de 2 milhões de comprimidos dos Estados Unidos. Houve empenho mesmo após estudos científicos descartarem o uso do medicamento para casos de Covid-19.

A atuação do governo foi simultânea a um aumento exponencial da produção de cloroquina pelo Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército (LQFex), suficiente para atender à demanda daquela época e que gerou um estoque que ainda não foi utilizado.

Ao mesmo tempo, o governo brasileiro recusou ou ignorou pelo 14 ofertas formais de fornecimento de vacinas contra a Covid. Foram seis ofertas do Instituto Butantan, seis da Pfizer e duas da Covax Facility.

No caso das vacinas da Pfizer, o governo brasileiro chegou a recusar propostas para comprar cada dose a 10 dólares, metade do valor pago pelos Estados Unidos e a União Europeia.

No último dia 19 de junho, o Brasil chegou à triste marca de mais de meio milhão de mortos pela Covid-19 no país. Milhares de vidas poderiam ter sido salvas se a vacinação no país não tivesse começado atrasada, com recusa por parte do governo federal em comprar as vacinas no período oferecido.

Fontes: O Globo, G1 e Folha de S.Paulo