Bebês e crianças tem a mesma capacidade de transmitir covid que adultos

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No momento em que escolas reabrem no mundo todo, pesquisadores dos EUA descobrem que bebês e crianças têm a mesma capacidade que os adultos de carregar altas cargas virais e transmitir a covid-19

Imagem: Adobe Stock

O Brasil tem mais de 605 mil mortos pela covid-19. Mesmo caindo os números de infectados e mortos devido à vacinação, todo cuidado ainda é pouco. Um estudo revelou que bebês, crianças e adolescentes são tão capazes quanto os adultos de carregarem altos níveis do vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, nas vias nasais e transmiti-lo a outras pessoas.

A descoberta faz parte de um novo estudo publicado na revista Journal of Infectious Diseases, conduzido por pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard, do Massachusetts General Hospital, do Brigham and Women’s Hospital e do MIT, nos Estados Unidos.

O trabalho envolveu 110 participantes que tinham entre 2 semanas de vida e 21 anos, com uma média etária de 10 anos, que testaram positivo para a Covid-19 entre abril de 2020 e de 2021. A maioria das crianças teve sintomas leves, mas 33% precisou ser hospitalizada e 16% precisou de oxigênio ou de e respiratório invasivo ou não invasivo.

Os pesquisadores coletaram amostras nasais de adultos hospitalizados com Covid-19 aguda entre abril e agosto de 2020, cujos sintomas tiveram a mesma duração que os das crianças hospitalizadas, e utilizaram o material coletado para comparação. Eles descobriram que as cargas virais das crianças não eram diferentes daquelas encontradas nos adultos.

Além disso, o estudo revelou que o público infantil era mais infeccioso nos primeiros cinco dias da doença, e que as idades não influenciaram na carga do vírus presente em suas vias nasais. Os resultados também apontaram que cargas virais mais elevadas não estão diretamente relacionadas a formas mais graves da Covid-19. Crianças assintomáticas ou com formas leves da doença, por exemplo, apresentaram uma carga significativamente maior do vírus que as encontradas nos adultos hospitalizados com durações parecidas dos sintomas.

A nova pesquisa destaca a capacidade de transmissão do vírus por crianças no momento exato em que as escolas reabrem. Esse grupo ainda não foi incluído no calendário vacinal na maior parte do mundo, reforçando a importância de medidas de proteção.

Nos Estados Unidos, a Food and Drug istration (FDA), agência reguladora do país, deve analisar na próxima semana um pedido de autorização para aplicar a vacina da Pfizer/BioNTech em crianças de 5 a 11 anos, decisão que pode influenciar um possível aval no Brasil.

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Fonte: O Globo


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