Atlas da Violência 2023 analisa cenário de violações contra minorias no Brasil
O documento aponta o aumento nos índices de violência contra crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, LGBTQIA+ e idosos; neste ano, o Atlas também analisou violações no ambiente escolar
Da Redação
A nova edição do Atlas da Violência faz um alerta sobre a prática de violência contra crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, idosos e LGBTQIA+. Isso porque ataques e agressões contra esses grupos aumentaram ou apresentaram números preocupantes nos últimos anos.
De acordo com o documento, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil é a violência. Em 2021, o país teve média de 66 jovens assassinados por dia. Referente à crianças e adolescentes de até 19 anos, os casos de violações também aumentaram e ocorrem, majoritariamente, na própria residência das vítimas.
A violência contra pessoas com deficiência também ganhou destaque no relatório. Os dados apontam mais de 27 notificações para cada 10 mil pessoas com deficiência intelectual, seguido de 9,4 notificações para pessoas com deficiência física e 3,7 para deficiência auditiva. O estudo também alerta que um em cada três indivíduos com deficiência intelectual sofre abuso sexual na vida adulta.
Quando se trata da comunidade LGBTQIA+, todos os índices de violência aumentaram. As ocorrências de ataques e agressões contra homossexuais em 2020 e 2021 cresceu em 14,6% e, contra bissexuais, em 50,3%. A maioria das vítimas nos dois grupos têm de 15 a 24 anos. Já a violência física contra pessoas trans e travestis aumentou 9,5%, enquanto a psicológica cresceu 20,4%. Em todas as situações, pessoas negras sofrem mais do que as não negras.
Contribuindo para o ODS 16 da Agenda 2030, meta que diz respeito ao combate à violência, o Atlas da Violência ainda analisou os índices sobre violações no ambiente escolar e contra idosos. O material completo está disponível no site.
É possível denunciar todos os tipos de violações contra pessoas por meio do Disque 100, o canal da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos. O serviço é gratuito, anônimo e funciona 24 horas por dia, de segunda à segunda.