Área ocupada por garimpo em terras indígenas cresceu 495% em 10 anos

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As terras indígenas mais afetadas pelo garimpo são a Kayapó e a Munduruku, no Pará, e a Yanomami, no Amazonas e Roraima

Foto: Victor Moriyama | ISA

Por: Isabela Alves

A Amazônia concentra 93,7% de todo o garimpo realizado no Brasil. Apenas nas terras indígenas, a área ocupada pelo garimpo cresceu 495% entre 2010 e 2020. 

As terras indígenas Kayapó (7.602 ha) e Munduruku (1.592 ha), no Pará, e Yanomami (414 ha), no Amazonas e Roraima, são os três territórios indígenas mais afetados pelo garimpo.

O Pará também concentra 8 das 10 unidades de conservação com maior atividade garimpeira do país, sendo as três maiores: a Área de Proteção Ambiental do Tapajós (34.740 ha), a Flona do Amaná (4.150 ha) e o Parna do Rio Novo (1.752 ha).

Os dados são de um levantamento produzido pelo MapBiomas, com base em imagens de satélites e em inteligência artificial.

O estudo também apontou que a área ocupada pelo garimpo no Brasil (107,8 mil hectares) já é maior que a ocupada por mineração (98,3 mil hectares).

Garimpo é a extração de minérios de forma predatória e ilegal, geralmente relacionada ao ouro e não à indústria. Já a mineração está relacionada à atividade industrial e à produção de ferro e alumínio, podendo ser legal (quando tem autorização da Agencia Nacional de Mineração) ou ilegal.

Ao todo, a área minerada (soma de garimpo e mineração) no Brasil cresceu de 31 mil hectares para 206 mil hectares, entre 1985 e 2020. O dado representa o aumento de mais de 564% ou de quase seis vezes o tamanho de 35 anos atrás. 

A mineração industrial cresceu em ritmo constante, de 2,2 mil hectares por ano, sem grandes variações. Já em relação ao garimpo, o crescimento começou em torno de 1,5 mil hectares por ano. A partir de 2010, a taxa de expansão quadruplicou para 6,5 mil hectares por ano.

Fonte: G1 


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