Amazônia teve o mês de agosto com mais queimadas dos últimos 12 anos

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Amazônia teve mais de 33 mil focos de queimadas em agosto deste ano. Esse é o maior valor para o mês desde 2010. Cenário coloca em risco a Agenda 2030 da ONU

Foto de floresta em chamas.
Foto: Greenpeace Brasil

Por Iara de Andrade

Em agosto, a Amazônia somou 33.116 focos de queimadas. Esse é o maior valor para o mês em 12 anos. As informações são do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que estima o total de mais de 46 mil focos, no período de início de janeiro a final de agosto.

De acordo com a WWF-Brasil, organização do Terceiro Setor que trabalha para frear a degradação ambiental, o problema é decorrente do desmantelamento dos sistemas federais de proteção ambiental causado pelo governo atual.

Além disso, a organização também lembra que o desmatamento contribui fortemente para o aumento do fogo, uma vez que áreas degradadas, com menor número de árvores grandes, são mais suscetíveis aos efeitos da seca, acumulam mais biomassa seca e inflamável e, por consequência, ficam mais vulneráveis ao fogo.

A entidade também cita dados do Sistema PRODES, que realiza o monitoramento do desmatamento por corte raso na região Amazônica, via satélite, sobre os anos de 2019 a 2021, quando o bioma sofreu uma devastação de 11,3 mil km² por ano. Nos 10 anos anteriores, 2009 a 2018, a média anual foi de 6.5 mil km².

O cenário coloca em risco a meta 6.6 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), por exemplo, que estabelecia a proteção e restauração de ecossistemas relacionados com a água até 2020. Segundo trecho do Relatório Luz 2022:

“Ainda que o STF esteja em processo de votação do “Pacote Verde” e tenha restabelecido a participação da sociedade civil no monitoramento ambiental30, a política de liberação de agrotóxicos e de devastação da Amazônia e do Cerrado em prol do agronegócio, assim como a desregulação do mercado de plásticos, são ameaças à essa meta e à vida”.