Amazônia registra mais de 8 mil km² sob alerta de desmatamento em 2021

Compartilhar

O índice de desmatamento é o terceiro maior acumulado anual da história. Os dados do Deter são referentes ao período de janeiro a novembro deste ano

O índice de desmatamento é o terceiro maior acumulado anual da história. Os dados são referentes ao período de janeiro a novembro desse ano.
Foto: Adobe Stock

Por Laura Patta

Dados do sistema Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicam que 8.142 km² da floresta amazônica estiveram sob alerta de desmatamento este ano. O número, acumulado de janeiro a novembro de 2021, já é o terceiro maior acumulado anual da história. Os únicos períodos com maior registro de desmatamento foram os dois anos anteriores do atual governo.

Apesar do mês de novembro ter registrado um número surpreendentemente baixo, 249 km², isso não é visto como um sinal de mudança positiva. Segundo Rômulo Batista, porta-voz da campanha da Amazônia do Greenpeace Brasil, o índice de novembro se trata de um fato isolado que não foi provocado por nenhuma medida proativa do governo.

Um estudo feito pelo Greenpeace Brasil mostrou que grandes produtores de carne no país compraram gado, de forma direta ou indireta, de fazendas com desmatamento ilegal localizadas em áreas públicas federais e suspeitas de grilagem, o que contribui para a destruição ambiental e o transtorno fundiário.A grilagem de terras está devastando rapidamente a Amazônia: 30% do desmatamento registrado em 2021 (de agosto de 2020 a julho de 2021) ocorreu em terras públicas não destinadas. Além disso, o novo relatório para o PL da Grilagem (PL 2159/2021) que foi apresentado no Senado pode ser votado nas próximas semanas, o que deve agravar ainda mais a situação.
Para Rômulo, as alterações propostas na lei atual sobre regularização fundiária favorecem grileiros e estimulam o desmatamento, afastando o Brasil de investidores, de mercados consumidores mais exigentes e dos compromissos internacionais assumidos pelo país.