A importância da valorização da Cultura de Paz no Brasil

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O ano de 2023 foi marcado por diversos conflitos, sinalizando a importância do engajamento e compromisso com a cultura de paz; reveja algumas abordagens sobre o assunto na redação do Observatório.

cultura de paz
Foto: Adobe Stock

Por Redação.

A Organização das Nações Unidas para a Educação e Ciência (UNESCO) tem como um dos seus pilares a noção e o desenvolvimento de uma Cultura de Paz. Juntamente com o desenvolvimento sustentável, a UNESCO visa sempre dar espaço para uma educação em direitos humanos, melhoria nas relações pacíficas da população, uma boa governança, a prevenção de conflitos e a construção da paz.

Segundo Andrea Duque, membro do conselho gestor da Unipaz SP, facilitadora do Programa “A Arte de Viver em Paz”, em entrevista para o Perspectiva, programa de rádio produzido pelo Observatório do Terceiro Setor, o mais importante para a construção de uma cultura de paz é a educação para a paz.

“Nós falamos na UniPaz que a violência é como um reflexo da mente humana. Quando a gente fala do ato da UNESCO, que fala que a violência e a guerras nascem na mente das pessoas, portanto, é na mente das pessoas que devem ser erguidos os pilares e os baluartes da paz.”

Os conflitos em 2023

Durante todo o ano, o Brasil e o mundo enfrentaram um aumento significativo na violência. De acordo com dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), junto com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, houve 66 assassinatos de jovens por dia no Brasil. Outro dado alarmante foi o aumento dos casos de violação dos jovens e violência contra pessoas com deficiência.

A cultura da violência também aumentou no ambiente estudantil, no último ano, ocorreram 11 ataques em escolas. De acordo com um estudo realizado pela UNO_DC, a agência da ONU para controle de drogas e prevenção do crime, o Brasil é o oitavo país mais violento do mundo. Segundo os dados obtidos por uma pesquisa do Instituto IPSOS, mais da metade dos brasileiros relatam que já viram ou ouviram falar de assaltos na vizinhança em 2023.

O mundo vem enfrentando quase 30 conflitos na atualidade. Durante 2023, a guerra entre Israel e Hamas tomou conta de todas as manchetes de jornais e chamadas nas redes sociais, porém, além desse conflito, existem diversos outros que eclodiram durante o ano, ou já vem ocorrendo há anos – às vezes, décadas.

Os conflitos e combates armados geram diversos riscos para a população, que além de sofrer com as consequências diretas das guerras – escassez de comida, destruição do território, falta de segurança e riscos à saúde–, resultam em fortes traumas.

As maiores vítimas desses conflitos são as crianças, segundo dados divulgados pela UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), um quarto das vítimas de Gaza, por exemplo, estavam ainda no período da infância, como retratatamos na matéria “ONU: 67% dos mortos em Gaza são mulheres e crianças“.

As guerras e conflitos armados afetam a cultura de paz ao redor de todo mundo, prejudicando também o alcance das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A cultura de paz está associada e diretamente alinhada a todos os ODS, especialmente ao 16, que define metas para a paz, justiça e instituições eficazes.

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