A casa em SP que virou manicômio de uma órfã e dizem ser mal-assombrada

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No bairro do Bixiga, em São Paulo, a casa de Dona Yayá, datada da década de 1920, ganhou fama de mal-assombrada depois de ser manicômio de uma órfã

A casa em SP que virou manicômio de uma órfã e dizem ser mal-assombrada
Fachada da Casa de Dona Yayá, na região do Bexiga, no bairro Bela Vista, em São Paulo/ Foto: Wikipédia

Uma construção histórica no bairro do Bixiga, em São Paulo, já foi cenário de uma história triste, que faz lembrar o roteiro de um filme de terror.

A casa ganhou fama de assombrada, inspirando lendas e apavorando as crianças da rua. Virou a Casa de Dona Yayá, a prisão domiciliar de uma órfã de destino trágico.

Residência por onde aram clãs importantes do ado paulistano, a casa teve como últimos moradores a tradicional família Melo Freire. O político e fazendeiro Manuel de Almeida Melo Freire, vindo de Mogi das Cruzes, se mudou para lá em 1921 com a esposa e os quatro filhos. Mas não demorou para que desgraças começassem a  acontecer no casarão.

A pequena Sebastiana era uma das filhas de Manuel, conhecida por todos como Yayá. Em um espaço curto de tempo, a criança teve a infância marcada por perdas terríveis. Uma irmã morreu asfixiada com apenas três anos. Pouco depois, aos 13, outra irmã perderia a vida para o tétano.

E não demorou para que Yayá logo perdesse também os pais, restando-lhe apenas o irmão mais velho. Mas ele se formou advogado e não perdeu tempo: deixou aquele lar malfadado e abandonou a menina. Então, ainda menor de idade, apesar de rica por herança, Yayá ficou sozinha na imensidão daquela casa – aos cuidados apenas de empregados e tutores.

O isolamento não fez bem à órfã. Já aos 31 anos, Yayá perdeu o controle sobre a própria vida ao ser considerada fora de suas faculdades mentais, se tornando uma “louca” aprisionada, sozinha, em uma mansão deserta. O cenário perfeito para que a fama de casa mal-assombrada pegasse. E os detalhes escabrosos ajudaram.

Com a interdição de Yayá, o casarão virou o manicômio de uma paciente exclusiva. As janelas só podiam ser abertas pelo lado de fora e a comida chegava através de um buraco na parede. Dona Yayá não pôde ver a luz do dia até seus 65 anos, quando finalmente foi construído um solário para ela.

Sebastiana de Melo Freire, a mulher mais solitária e infeliz de São Paulo, morreu aos 74 anos, em 1961, de insuficiência cardíaca. Sem filhos ou parentes, teve sua herança transferida para a Universidade de São Paulo. O casarão permaneceu inabitado até 1991, quando ou por uma reforma.

Muitos dizem ouvir vozes, gritos e choros, por isso a casa ficou com a fama de ser mal-assombrada e ou a ser citada em muitos roteiros dados como assombrados da cidade de São Paulo. Hoje, o casarão é sede do Centro de Preservação Cultural da USP.

Fontes: Aventuras na História e Wikipédia


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