7 em cada 10 brasileiros discordam que armas trazem mais segurança

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A pesquisa Datafolha mostra que a maioria dos brasileiros rejeitam políticas que favoreçam o o da população à armas

7 em cada 10 brasileiros discordam que armas trazem mais segurança
Foto: Adobe Stock

Por Ana Clara Godoi

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha revelou que 7 em cada 10 brasileiros discordam que armas trazem mais segurança e se contrapõem a políticas que favoreçam o armamento da população. De acordo com os dados, 72% discordam da frase “a sociedade seria mais segura se as pessoas andassem armadas para se proteger da violência”. A discordância é maior entre as mulheres, com percentual de 78%, entre pessoas que se declaram pretas (78%) e entre a população de baixa renda (75%).

Entre as pessoas que concordam com a relação entre porte de armas de fogo e maior nível de proteção contra violência estão os grupos: pessoas do sexo masculino (32%), moradores da região Norte (33%) e pessoas com renda familiar com mais de dez salários-mínimos (37%). A mesma porcentagem de entrevistados discorda da ideia de que “é preciso facilitar o o de pessoas às armas”. Essa proporção é maior entre as mulheres (77%), pessoas que se declaram pretas (78%) e jovens de 16 a 24 anos (75%).

A pesquisa entrevistou 2.556 pessoas de 181 municípios do país nos dias 25 e 26 de maio, e tem margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

Para Melina Risso, diretora de pesquisa do Instituto Igarapé, “os resultados apontam que a população brasileira é contra a flexibilização no o a armas e não acredita que elas funcionem como instrumento de defesa nem de segurança, o que é consistente com achados anteriores. Essa lenda de que o debate não é sobre armas, mas sobre liberdade, não pegou. É uma discussão de nicho, fechada num grupo muito específico”.

O Brasil teve um aumento do o às armas de fogo desde janeiro de 2019, quando o presidente Jair Bolsonaro alterou decretos que flexibilizaram a posse e o controle de armas. Em 2019 e 2020, foram registradas pela Polícia Federal, em média, 387 armas por dia no país.

Ainda que a intenção de quem compra uma arma de fogo seja proteger a família, pesquisas sugerem que o resultado pode ser o contrário. Os estudos apontam que a presença de armas em casa está estatisticamente mais vinculada ao aumento de riscos do que a possíveis benefícios, podendo causar alta de suicídios, de acidentes fatais com crianças e chances de uma mulher ser morta por um parceiro violento.

Fonte: Folha de S. Paulo