33,8 milhões de trabalhadores no Brasil recebem até um salário mínimo

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De acordo com o IBGE, 36% dos trabalhadores brasileiros recebem até um salário mínimo, o que representa 33,8 milhões de pessoas. 9,6 milhões recebem até meio salário mínimo e 2,2 milhões de trabalhadores (que atuam como familiares auxiliares) não recebem nada

Imagem ilustrativa/ Foto: Adobe Stock

A renda média do brasileiro atingiu uma mínima histórica e, para milhões de trabalhadores, sobretudo os informais e subocupados, a remuneração mensal não chega sequer ao valor do salário mínimo, que atualmente é de R$ 1.212.

Os brasileiros com uma renda mensal de no máximo um salário mínimo aram a representar desde o ano ado a maior fatia da população ocupada na divisão por faixas de renda. Os mais atingidos pela baixa remuneração costumam ser os trabalhadores com baixa escolaridade e que trabalham na informalidade, fazendo os chamados “bicos” ou “corres”.

Segundo levantamento da LCA Consultores, com base nos indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) trimestral do IBGE, o país encerrou 2021 com um total de 33,8 milhões de trabalhadores (36% do total de ocupados) com renda mensal de até um salário mínimo, o maior contingente já registrado na série histórica iniciada em 2012. Em um ano, o salto foi de 12,2%, ou 4,4 milhões de pessoas a mais.

Os números da PNAD não permitem identificar quantos trabalhadores recebem menos que o piso mínimo nacional, mas revelam que 21,9 milhões tiveram renda entre 1/2 e 1 salário mínimo no trimestre encerrado em dezembro. Outros 9,6 milhões receberam até 1/2 salário mínimo e 2,2 milhões (grupo formado basicamente pela categoria trabalhador familiar auxiliar) não receberam nada.

Hélio Soares Maciel, 21 anos, faz malabarismos com fogo nas ruas da capital paulista e é um exemplo desses trabalhadores que ganham menos de um salário mínimo. A renda varia muito, e ele vive de doações, principalmente da sogra, que o ajuda a sustentar a mulher e a filha de 8 meses.

“Eu só trabalho para sobreviver mesmo, pegar um dinheiro para comprar uma misturinha, para não faltar nada em casa, compro o leite da minha filha”, diz o artista de rua.

Hélio mora no Jaçanã, bairro paulistano que fica na divisa com Guarulhos, e demora entre 1h30 e 2h para chegar aos bairros da área nobre de São Paulo onde costuma se apresentar em troca de contribuições.

Ele não está inscrito em nenhum programa social e não conseguiu o Auxílio Emergencial durante a pandemia. “Ah, se aparecesse um emprego para mim, uma oportunidade, eu ia em frente”, afirma.

Um estudo divulgado no mês ado pelo Observatório das Metrópoles, em parceria com a PUC-RS e a Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina, apontou que 23,6% da população das regiões metropolitanas vivem em domicílios com renda per capita de no máximo 1/4 do salário mínimo. No auge da pandemia, esse percentual chegou a quase 30%.

Fonte: g1