No Dia das Mães, Aldeias Infantis SOS celebra o trabalho das Mães Sociais

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Marli-e-Rosa
À esquerda, Marli é homenageada pela Aldeias Infantis SOS; à direita, Rosa é leva abraço coletivo de crianças acolhidas pela Organização

No Dia das Mães, a Aldeias Infantis SOS, organização global que lidera o maior movimento de cuidado do mundo, destaca a importância de uma figura-chave em seus trabalhos: a Mãe Social. Esta profissional atua como cuidadora residente em acolhimentos e desempenha um papel vital na vida de crianças e adolescentes que, por diferentes motivos, perderam o cuidado familiar, garantindo um espaço seguro, protetor e, acima de tudo, repleto de amor e esperança para quem mais precisa.

As Mães Sociais cuidam de até 10 crianças nas chamadas Casas Lares, espaços de acolhimento da Aldeias Infantis SOS onde recebem todo o e de uma equipe multidisciplinar, composta por coordenadores, assistentes sociais e psicólogos. Elas têm autonomia para gerir os espaços e oferecer um cuidado individualizado que respeita a origem de cada criança, suas raízes culturais e religiosas, proporcionando uma rotina que combine afeto, limites e respeito à identidade de cada um. Além disso, também atuam no processo de reintegração familiar e viabilizam momentos de convívio entre crianças e adolescentes acolhidos e suas famílias de origem.

Para ser uma Mãe Social, a profissional deve ter, no mínimo, 25 anos, ter concluído o Ensino Fundamental e ter ado por treinamentos rigorosos, estágios e testes psicológicos. A profissão, regulamentada pela Lei 7.644/1987, exige compromisso com o cuidado e desenvolvimento de meninos e meninas, e essas mulheres, com seu coração aberto, fazem tudo com dedicação, sabendo que estão escrevendo um capítulo importante na vida de cada criança que acolhem.

“Ser Mãe Social é uma escolha do coração. A cada criança que acolho, me entrego com todo o amor. Não sou mãe biológica, mas me sinto mãe delas em todos os momentos”, afirma Marli da Silva Barbosa, que dedicou 30 anos de sua vida à profissão na Aldeias Infantis SOS, ao longo do qual acolheu dezenas de crianças e adolescentes, construindo vínculos que duram até hoje. No fim de sua jornada como Mãe Social, aos 49 anos, ela se casou dentro da própria Aldeias Infantis SOS — uma das damas do casamento foi uma adolescente que havia cuidado, e o almoço da cerimônia foi preparado com carinho por uma jovem acolhida por ela.

A atuação de Marli deixou marcas profundas e positivas em muitas vidas. É o caso de Mônica Sueley de Oliveira, 27, estudante de Pedagogia e estagiária em uma escola municipal. Mônica viveu na Aldeias Infantis SOS até os 18 anos e tem em Marli uma referência de amor e apoio incondicional. “Minha relação com ela é de profunda gratidão, carinho e amizade. Eu a considero como uma verdadeira mãe. A vida e Deus a colocaram no caminho meu e dos meus irmãos, porque precisávamos dela em nossas vidas”, relata.

Outra Mãe Social que faz história na Organização é Rosa Souza dos Santos, há 28 anos na Aldeias Infantis SOS. “O meu maior sonho é ver todas as crianças bem e felizes. Quando isso acontece, me sinto realizada, pois sei que cumpri minha missão”, afirma.

Atual Mãe Social em Campinas (SP), ela começou sua jornada como professora e logo se encantou com a proposta da Aldeias Infantis SOS. “Vi um cartaz na cidade que dizia ‘Quer ser a minha mãe?’ e decidi saber mais. Foi assim que entrei para essa família e descobri meu verdadeiro propósito”, explica.

Na Organização, o destino lhe reservou um encontro inesperado com sua futura filha, Bruna, adotada com apenas 60 dias de vida. Hoje, adulta e independente, Bruna é enfermeira, uma escolha de carreira guiada pelo desejo de retribuir todo o cuidado.

“As mães sociais são profissionais capacitadas em cuidados infantis, que exercem seu papel com autonomia e responsabilidade. Elas não apenas gerenciam a rotina das Casas — elas criam lares. Esse trabalho é essencial para garantir que os acolhidos recebam, além de cuidados básicos, todo amor, compreensão e apoio necessário para superarem as adversidades e se tornarem cidadãos de direito”, diz Michéle Mansor, gerente Nacional de Desenvolvimento Programático da Organização.


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