Mulher cadeirante ajuda a salvar pessoas com deficiência na guerra da Ucrânia
Tanya Miroshnikova, que, desde a infância, usa uma cadeira de rodas, tem ajudado outras pessoas com deficiência a escapar da guerra da Ucrânia. Em muitos casos, essas pessoas são deixadas para trás, por terem maior dificuldade de locomoção

Pessoas com deficiência física enfrentam dificuldades para escapar da guerra na Ucrânia. Os desafios de locomoção têm deixado muitas pessoas com deficiência para trás. Além disso, os abrigos antibombas não possuem rampas de o e avisos em braile.
“Desde o começo do conflito, somos deixados para trás. Ninguém tenta melhorar as condições dos abrigos, ninguém tenta nos salvar, nos tirar daqui, nos ajudar de alguma forma”, afirma ao g1 Tanya Miroshnikova, ucraniana de 31 anos que, desde a infância, usa cadeira de rodas.
“Foi muito difícil. Peguei um trem com a minha mãe, que depende de muletas [para se locomover], enquanto escutávamos o som dos aviões militares acima de nós. Foi a viagem mais longa da minha vida”, afirma.
Desde então, o foco de Tanya é conseguir que mais cidadãos com dificuldade de mobilidade também consigam fugir.
“A cada dia, fica mais e mais difícil. Pessoas com deficiências mais severas ainda necessitam de atenção médica especial no transporte. Nós, voluntários, estamos tentando levantar fundos e encontrar lugares seguros”, conta Tanya.
Ajudar esse público não é uma novidade na vida dela. Antes da guerra, a jovem já liderava uma ONG focada na defesa dos direitos dos ucranianos com deficiência, a “Fight for Right”.
Até a última sexta-feira (11/03), o projeto reunia mais de 100 pedidos de ucranianos clamando por ajuda para deixarem o país.
O caso mais difícil, segundo Tanya, foi o de Serhiy e Olga, ucranianos que estavam em Lviv e queriam se mudar para um local seguro. Os dois são cadeirantes e têm condições de saúde muito delicadas.
“Quando finalmente conseguimos um carro para buscá-los, o estado de Serhiy piorou muito. Foi exatamente no dia marcado para o resgate”, relata Tanya.
“Tivemos de esperar mais 48 horas para que a situação se estabilizasse — mas, quando você está na guerra, nunca é possível saber o que acontecerá no dia de amanhã”, continua.
Depois do sufoco, a fuga deu certo, e o casal chegou à Polônia. “Nosso time conseguiu, depois disso, negociar com uma ONG da Alemanha. Os dois já estão no hospital de lá, recebendo atendimento.”
Mas nem todos conseguem ajuda, e muitas pessoas com deficiência, incluindo crianças, aguardam ajuda para fugir da guerra.
Fonte: g1
20/04/2022 @ 15:52
[…] do início da guerra na Ucrânia, Kira Obedinsky era uma menina de 12 anos alegre e amada. Agora ela é uma criança órfã, ferida […]