Mulas do tráfico de drogas: ONG conscientiza sobre os riscos do crime

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Em campanha sobre os riscos associados ao tráfico de drogas, a ONG Voice for Prisoners conscientiza sobre os perigos do crime de transporte de entorpecentes.

Foto: Adobe Stock.

Por Redação

De acordo com a Polícia Federal brasileira, em 2019, foram apreendidas 104,582 toneladas de cocaína no país, reforçando a posição do Brasil como corredor no comércio internacional de substâncias ilícitas. O relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) destaca que, entre 2018 e 2020, brasileiros ocuparam a terceira posição em autuações e apreensões de drogas na Europa, indicando a dimensão global do problema.

Em Hong Kong, 27 brasileiros atualmente cumprem penas relacionadas ao tráfico internacional de drogas. A ONG Voice for Prisoners, atuando em Hong Kong e em outros países, destaca a severidade das penas na região, com a possibilidade de prisão perpétua e multas substanciais. O foco da organização vai além da assistência aos prisioneiros, incluindo a sensibilização sobre as duras penalidades para traficantes e a conscientização sobre os riscos associados ao tráfico de drogas.

A ONG lançou a campanha “No More Mules” em 2013, visando alertar potenciais recrutas sobre os perigos do transporte de drogas para Hong Kong. A página da campanha divulga cartas de pessoas que foram presas por tráfico e busca a conscientização e prevenção de novas vítimas. Histórias de pessoas enganadas por pacotes de viagens, relacionamentos à distância e indicações de trabalhos são alguns dos meios com que esses grupos aliciam pessoas contra sua vontade para levar as drogas de um país a outro. 

As “mulas” no tráfico de drogas utilizam métodos arriscados, como ingerir substâncias para mantê-las no estômago ou inserir material na vagina ou no reto. O pH ácido estomacal aumenta o risco de corrosão do invólucro da droga, resultando em contato direto com a corrente sanguínea, podendo levar à morte. Mesmo sem rompimentos, as consequências incluem dores intensas, sangramento, desmaios e convulsões.

A participação na campanha pode resultar em uma pequena redução nas sentenças dos presos. Em uma coletiva de imprensa, o Padre John Wotherspoon, representante da organização, ressaltou a importância das missões socioeducativas para prevenir novos casos de brasileiros envolvidos no tráfico internacional de drogas.

“Nós estamos tentando fazer com que isso pare de continuar a ocorrer, com ajuda da divulgação do nosso trabalho pela mídia; nos preocupamos com as vítimas e seus familiares, trabalhamos para que mais pessoas não em por isso”, declara o Padre. 

O trabalho da ONG está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda ONU, contribuindo diretamente para o ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Eficazes, ao buscar conscientização sobre as consequências do tráfico de drogas e promover reformas legais e penais para melhorar a reabilitação dos reclusos. Além disso, a iniciativa aborda indiretamente o ODS 3 – Saúde e Bem-Estar, ao alertar sobre os riscos à saúde associados ao tráfico de drogas. 


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