Movimento Mulheres 3S promove encontro histórico no MPMG e impulsiona igualdade de gênero no Terceiro Setor
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Belo Horizonte, 12/03/2025 — O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) sediou o 2º Café Mulheres 3S, que reuniu lideranças femininas de empresas e organizações do Terceiro Setor para construir uma Agenda Colaborativa alinhada ao 5º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável. Com o tema “Para todas as mulheres e meninas: Direitos. Igualdade. Empoderamento”, lançado pela ONU Mulheres para 2025, o evento celebrou os 30 anos da Plataforma de Ação de Pequim e reforçou a urgência de combater retrocessos e ampliar a representatividade feminina em espaços de decisão.
Trajetória e ação: do manifesto às alianças intersetoriais
O Movimento Mulheres 3S nasceu em 2021, inspirado no tema da ONU para o 8 de março: “Mulheres na liderança: alcançando um futuro igual em um mundo de COVID-19”.
Idealizado por Julia Caldas de Almeida, superintendente-executiva da FUNDAMIG, e por Nanda Soares, diretora da CONECTIDEA, o movimento surgiu como um insight e resposta ao cenário em que mulheres somavam 70% dos profissionais na linha de frente do setor social e de saúde, segundo dados da ONU.
À frente do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Fundações e às Alianças Intersetoriais (CAO-TS/MPMG), parceiro estratégico do movimento, o promotor de Justiça Francisco Angelo Silva Assis destacou a importância da disputa política em torno da igualdade de gênero.
“Me lembra a filósofa Marilena Chauí, que fala de democracia a partir da constituição de direitos. A visão de democracia, incluindo os direitos humanos, envolve os mais diversos conflitos, alguns evidentes e outros que não são percebidos ou não trabalhados (…) No caso dos direitos das mulheres, os avanços precisam ser construídos com movimentos sociais, a sociedade civil, as instituições do Estado, pensando em implementações dos direitos”, discursou.
Após breve apresentação da trajetória do Movimento, apresentada pela assessora do CAO-TS/MPMG, Delânzia Junho, Nanda Soares reforçou a sinergia entre a Agenda 2030 e a luta pela equidade:
“A igualdade de gênero (ODS 5) não é um tema isolado, é o alicerce para um desenvolvimento sustentável real. Como lembrou Hillary Clinton em Pequim: ‘Os direitos humanos são direitos das mulheres, e os direitos das mulheres são direitos humanos’. Parece óbvio, mas ainda enfrentamos violência, sub-representação em cargos de liderança e discriminação estrutural. Precisamos ir além do discurso e transformar junto com as organizações, garantir oportunidades e abrir espaços para que mulheres, incluindo as mais jovens, liderem esta revolução. E isso é realmente por todas nós, porque nós nos queremos vivas e construtoras da justiça social.”
Desafios e avanços: dados que exigem ação
Embora as mulheres representem a maioria da força de trabalho no Terceiro Setor, ainda são minoria em cargos de liderança. As disparidades são ainda mais profundas para mulheres negras.
“Nós estamos falando de diversidade, da importância de você ter olhares diversos na hora da tomada de decisão. Quando você tem uma mulher numa posição de liderança, seja discutindo junto com homens, seja tomando a decisão, ela tem um olhar mais ampliado. Eu sempre falo que o nosso olhar é 360 graus.. (…) O olhar feminino é mais voltado para a sociedade, é um olhar voltado para os beneficiários das organizações sociais.”, afirmou Nádia Rampi, vice-presidente da FUNDAMIG (Federação Mineira de Fundações e Associações de Direito Privado) e diretora de parcerias da Fundação Dom Cabral (FDC).
Marcaram presença neste encontro, colaborando para a construção da Agenda Colaborativa com foco no ODS 5: CEMAIS, Fundação CDL-BH, Avsi Brasil, Sistema Divina Providência, Fundação ArcelorMittal, Instituto Marum Patrus, Corali, Instituto BH Futuro, Libertese Negócio Social de Impacto, IPGC Brasil, Fundação Dom Cabral, RC8 Negócios Inclusivos, FBAC, Incluex Educacional, CDM, ApoIar, Diário do Comércio, Capitalismo Consciente BH, RC Social, Essentia Gestão em Sustentabilidade.
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