Luto e festas de final de ano: saiba como lidar

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Com mais de 690 mil mortes por Covid-19, final do ano pode ser gatilho para o luto, segundo especialista; saiba os impactos e como lidar

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Foto: Adobe Stock | Licenciado

Por Julia Bonin

Nos últimos dois anos, o Brasil registrou mais de 690 mil óbitos por Covid-19, segundo o Ministério da Saúde. No período das festas de final de ano, o luto pela perda de pessoas próximas pode se intensificar, de acordo com especialistas. Por ser um processo não linear, é comum que o luto sofra picos nessa época. Para lidar com os sentimentos em meio aos eventos comemorativos, alguns comportamentos e apoio profissional são recomendados.

Segundo a psicóloga e especialista em luto, Cristiane Assumpção, existem algumas datas que são gatilhos para o luto, como o aniversário da pessoa, data da morte, dia das crianças, dia das mães, dia dos pais, aniversário de casamento, entre outras. No final do ano, o luto pode tornar-se mais intenso e causar ainda mais sofrimento, pois muitas vezes a pessoa que faleceu tinha um papel central na ceia de Natal ou na organização da festa de Ano Novo, por exemplo. 

Planejar e antecipar a data, os sentimentos que podem surgir e revisar os planos pode ser uma estratégia para reduzir, na medida do possível, a ansiedade e o sofrimento causados pelo luto nas comemorações. “Seja mais gentil consigo mesmo, respeite o seu tempo, principalmente se for seu primeiro natal sem o ente querido”, indica a psicóloga.

Cristiane também aconselha que cada pessoa pode decidir se quer montar a árvore de natal, se deseja participar do amigo secreto ou ir à casa de familiares, pois cada pessoa reage de uma forma ao luto. Ela ainda lembra que “não é um desrespeito com a memória do ente querido comemorar, não é errado programar uma viagem ou ar a virada de ano na praia. As pessoas precisam de emoções positivas nesta trajetória tempestuosa que é o luto”.

Por mais que o sentimento de culpa e de arrependimento se manifeste de vez em quando em pessoas que estão de luto, é importante entender que algumas coisas não podem ser controladas. “Podemos escolher viver uma vida melhor, podemos honrar a memória deles de alguma forma e temos o dever de seguir a vida sem tanto sofrimento”, afirma a especialista. Ainda assim, a busca por um profissional é recomendada a todos que sentirem a necessidade.

Existem também organizações de apoio a pessoas enlutadas. Confira algumas delas a seguir:

Amigos Solidários na Dor do Luto

Rio de Janeiro – RJ

Telefone (21) 99823-4770

Apoio a Perdas Irreparáveis (API)

Belo Horizonte – MG

Telefone (31) 3282-5645

Grupo de Apoio às Perdas e ao Luto do Distrito Federal (GALDF)

Brasília – DF

Telefone (61) 99151-8389

Grupo de Apoio a Pais Enlutados – Anjos Secretos (Gape)

Caxias do Sul – RS

Telefone (54) 3028-0015

Lelu (Laboratório de Estudos e Intervenções sobre o Luto)

PUC-SP – São Paulo – SP

Telefone (11) 3862-6070

Amada Helena

Porto Alegre – RS

Telefone (51) 98198-9205

Pais em Luto

São Paulo – SP

Telefone (11) 94398-8343


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