Laramara: de projeto familiar à inclusão de pessoas com deficiência visual

Compartilhar

A associação realiza projetos e pesquisas para promover mais qualidade de vida às pessoas com deficiência visual, desde crianças até idosos

Deficientes visuais realizam atividades de arte
Foto: Laramara | Divulgação

Por Julia Bonin

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2019 pelo IBGE, mais de 6,9 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência visual, número que leva em conta tanto a perda total quanto a parcial da visão. Diante desse cenário, a Laramara, Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual, é uma associação que atende pessoas com esse tipo de deficiência e promove seu bem-estar.

O casal Victor e Mara Siaulys, motivado pela experiência educacional junto à sua filha Lara, que ficou cega devido à retinopatia da prematuridade – quando há vascularização inadequada da retina imatura dos recém nascidos –, deu início à Laramara na zona Oeste da cidade de São Paulo. O objetivo era tornar-se referência na área de pesquisa de deficiências visuais e oferecer atendimento ível à população.

Lara Siaulys, vice-presidente da organização, disse ao Observatório do Terceiro Setor que a inspiração parte de uma atitude humana. “Sempre tivemos um enorme desejo de ajudar as pessoas. O que nos inspira é o amor pelo ser humano”.

Desde 1991, a associação promove atendimento, assessoramento, defesa e garantia de direitos para pessoas com deficiência visual, buscando garantir autonomia e inclusão social. São realizados em média 3.500 atendimentos por mês e sua atuação inclui programas, capacitações externas e doações.

“Com pioneirismo, trouxemos para o país a fabricação da máquina braille e bengala longa, fundamentais para a educação e reabilitação da pessoa com deficiência visual”, afirma Mara Siaulys, fundadora e presidente da Laramara.

Nos últimos dois anos, a instituição recebeu o Selo Municipal de Direitos Humanos e Diversidade – Categoria Pessoa com Deficiência para o Programa de Atendimento ao Jovem, Adulto e Idoso (PROCEJA) e Atendimento Remoto, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo. Além disso, em 2020, foi uma das instituições que recebeu doações do Criança Esperança, junto a outros 110 projetos.

O público atendido é, em grande maioria, de crianças entre 0 e 12 anos (46,7%), seguido por adultos entre 31 e 60 anos (24,3%) e jovens entre 13 e 21 anos (18,4%). Em relação ao gênero, a divisão ficou igualitária em 2019 e tem se mantido, de acordo com a própria instituição.

“Brincar para todos e com todos” é um dos projetos da Laramara que garante o direito de brincar a crianças e adolescentes com deficiência visual, que oferece ações como oficinas de brincadeiras, brinquedos, jogos e materiais adaptados, palestras e cursos promovendo o brincar inclusivo. Outro projeto, voltado para adultos, é o “Sem fronteiras para a cultura e a inclusão social”, que, durante 12 meses, estimulará as capacidades artísticas, criatividade e inclusão social por meio de oficinas de artes.

A ajuda à instituição Laramara pode ser feita a partir de doações, incentivo fiscal ou então contribuições por meio da Nota Fiscal Paulista. Para mais informações, e o site da associação.


Compartilhar