Juiz recebe centenas de ameaças depois de decretar prisão de ex-ministro
O juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal de Brasília, tem sofrido ameaças após decretar a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro

A assessoria de imprensa da Justiça Federal no Distrito Federal informou, nesta quinta-feira (23), que o juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal de Brasília, tem sofrido “centenas de ameaças” após decretar a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.
Segundo o tribunal, o magistrado tem recebido ataques de grupos de apoio ao ex-ministro. “Os pedidos de investigação já foram encaminhados para a PF [Polícia Federal]”, afirma a assessoria da Corte.
Milton Ribeiro foi preso na quarta-feira (22) e é investigado por participação em um suposto esquema de liberação de verbas do Ministério da Educação, com lobby de pastores evangélicos. Ao todo, agentes da Polícia Federal cumpriram cinco mandados de prisão e 13 de busca e apreensão.
Além de Milton Ribeiro, foram presos Helder Bartolomeu, Luciano de Freitas Musse, e o pastor Gilmar Santos.
O prefeito de Boa Esperança do Sul (SP), José Manoel de Souza (PP), conhecido como Manoel do Vitorinho, que recusou pedido de propina de R$ 40 mil do pastor ligado ao Ministério da Educação (MEC), revelou que há mais de um ano espera a liberação de verbas da pasta para ampliação de uma escola infantil e compra de ônibus escolar.
Questionado sobre a prisão do ex-ministro pela PF, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que Ribeiro é quem deve responder por eventuais irregularidades à frente do MEC.
“Ele responde pelos atos dele”, afirmou Bolsonaro em entrevista à rádio Itatiaia. O presidente disse ainda que “se a PF prendeu, tem motivo”.
No entanto, na época em que as denúncias foram feitas, Bolsonaro chegou a dizer, em um vídeo, que “botava a cara no fogo” por Ribeiro e que as denúncias contra o ex-ministro eram “covardia”.
Fonte: G1