Jogos Olímpicos: o legado social do maior evento esportivo

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Os Jogos Olímpicos podem colaborar com o combate de preconceitos e desigualdades, dando visibilidade a diferentes causas sociais. A cerimônia de abertura dos Jogos de Paris, contou com 134 atletas negros como porta-bandeiras.

Imagem: Reprodução/Instagram Comitê Olímpico do Brasil

As Olimpíadas representam o maior evento do planeta, reunindo — em uma cidade — delegações de centenas de países em prol de um objetivo em comum: a prática esportiva. É um consenso que o esporte é uma ferramenta poderosa de transformação social. A partir disso, é possível dizer que os Jogos Olímpicos são algo maior do que apenas uma celebração ao esporte. Afinal, este acontecimento, que proporciona um rico intercâmbio cultural e apresenta diversas histórias de superação, consegue trazer um legado social não só para o país sede, mas para todo o planeta.

Nesta edição das Olimpíadas, que acontece na capital sa, Paris, uma série de acontecimentos e dados reafirmam esta capacidade dos jogos de realizar transformações sociais e combater estigmas, preconceitos e intolerâncias. A Equipe Olímpica de Refugiados, por exemplo, conta com o maior número de atletas da história, com 36 participantes. Os competidores são cidadãos de 11 países diferentes, e este grupo é 3 vezes maior do que o time de refugiados que esteve nas Olimpíadas do Rio 2016.

Atualmente, o mundo enfrenta diversos conflitos armados de grande escala, como a guerra da Ucrânia e o conflito de Israel e o Hamas. Em um discurso exibido na cerimônia de abertura dos Jogos de Paris, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, destacou a importância do esporte como uma força unificadora e promotora de paz.  Para Guterres, as Olimpíadas transcendem as culturas e une as pessoas, promovendo “o respeito mútuo e o jogo limpo”.

A delegação brasileira também alcançou uma marca histórica nesta edição olímpica. Pela primeira vez, o Brasil possui mais atletas mulheres do que homens. Entre os 276 atletas que representam o país no evento, 55% são mulheres, um aumento de quase 10% em relação à última Olimpíada, ocorrida em Tóquio, em 2021. Este dado pode representar um avanço na luta pela desigualdade de gênero no esporte, uma vez que, no Brasil, historicamente as mulheres enfrentam mais dificuldades nas práticas esportivas, possuindo menos apoio, financeiro e estrutural do que os homens em diversas modalidades.

Outra marca expressiva dos Jogos Olímpicos de Paris diz respeito à representatividade negra e combate ao racismo. A abertura desta edição contou com 134 atletas negros como porta-bandeiras, sendo que, dos 205 países envolvidos na cerimônia de abertura, 91 tiveram pelo menos um atleta negro nesta posição. Os dados são de um levantamento realizado pela Alma Preta Jornalismo.

Atuação das ONGs

As ginastas Rebeca Andrade, Flávia Saraiva e Jade Barbosa, que compõem o time vencedor do bronze na ginastica artística por equipes, contam com o e de ONG durante suas tragetórias. Elas são apoiadas na formação superior pelo Instituto Yduqs, uma ONG que visa  fortalecer o desenvolvimento no esporte, integrando esporte e a educação. “A gente acredita que educação e esporte são grandes ferramentas de transformação”, afirmou Cláudia Romano, Presidente do Instituto Yduqs, em publicação divulgada nas redes sociais da organização.

Reconhecendo o trabalho do terceiro setor brasileiro em fomentar a prática esportiva, a organização social sa, Sports Dan la Ville, convidou jovens da ONG Hurra! a participarem da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a Hurra! é uma instituição que, há 15 anos, promove o rugby e o golfe em comunidades carentes. 

A atuação de OSCs pode ser determinante para o futuro de um jovem em situação de vulnerabilidade que deseja se tornar atleta. Em entrevista exclusiva para o Observatório do Terceiro Setor, em 2016, o jogador de futebol Neymar Jr. contou que, durante sua infância, foi muito beneficiado pelo trabalho de organizações sociais. O atleta brasileiro conquistou o inédito ouro olímpico pela seleção brasileira nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.

 


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