Instituto Camargo Corrêa e Instituto InterCement anunciam unificação de atividades, gestão e equipe

O Instituto Camargo Corrêa e o Instituto InterCement estão unindo suas atividades; o processo unificação já começou e deve ampliar o alcance das ações sociais realizadas, cobrindo do nordeste ao sul do país

Por Lucas Neves

Em entrevista exclusiva ao Observatório do Terceiro Setor (OTS), o Instituto Camargo Corrêa (ICC), braço social das empresas da holding MOVER, anuncia a união de suas atividades com o Instituto InterCement, organização responsável pelo investimento social da InterCement Brasil.

A diretora-executiva do Instituto Camargo Corrêa, Bárbara Bueno, diz que a união busca concentrar esforços, uma vez que ambos institutos possuem os mesmos valores, propósitos e atuam em segmentos semelhantes, além de pertencerem ao mesmo grupo econômico de capital fechado.

“A nossa ideia é que as ações sociais realizadas aqui no Instituto Camargo Corrêa sejam pulverizadas. Isso fará com que os projetos já existentes sejam somados a outros tantos que virão”, comenta.

Sendo assim, o ICC a a atuar em 11 estados, sendo eles: Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. 

Segundo a diretora-executiva do ICC, o processo de união já começou e deve seguir de forma gradual e orgânica. “A gente está fazendo devagar, iniciando primeiramente pela unificação dos projetos, de equipe e de gestão, já visando multiplicar o impacto exercido nas comunidades e nos lugares onde atuamos”.

A partir da união, o foco é aumentar o número de beneficiários dos projetos já existentes e “atingir exatamente as pessoas que precisam de transformação social”. Bárbara destaca que esse objetivo certamente se dará pelo aumento do número de voluntários, o qual é um “vetor que faz os institutos chegarem a mais comunidades.”

Outro ponto citado por Bárbara ao falar da união dos institutos está relacionado ao ESG (Ambiental, Social e Governança, em português), tema de expertise do ICC. “A gente entende que podemos levar essa expertise do ESG para o InterCement, que até então era responsável somente pelo investimento social privado de uma empresa do grupo”, afirma, citando que o trabalho conjunto dos institutos pode levar questões ambientais e de governança à excelência.

Dia do Bem Fazer

Os dois institutos, tradicionalmente, realizam o “Dia do Bem Fazer”, evento com atividades em comunidades vulneráveis que possibilitam reformas de escolas, parques, bibliotecas, orientações jurídicas e ações com crianças, idosos e jovens. 

Bárbara pontua que a união potencializará o Dia do Bem Fazer, “projeto ícone do instituto”. “Isso porque será um dia único, com uma proposta única, com todos os profissionais do grupo participando em prol de um mesmo tema”.

Desde 2009, o “Dia do Bem Fazer” do ICC percorreu 100 cidades brasileiras, impactando  30 mil pessoas. Ademais, os projetos do instituto são feitos durante todo ano, a partir de temas como empreendedorismo, geração de renda, educação e infraestrutura digna. Com a união ao InterCement, outros temas, como a primeira infância, serão desenvolvidos. 

Responsabilidade social no setor privado

Em um cenário de desigualdades, os órgãos públicos não conseguem atuar sozinhos, acredita Bárbara, sendo esse um dos fatores para existirem institutos e fundações atuando no investimento social privado e ESG. Nesse sentido, a diretora-executiva do ICC compreende que a responsabilidade social é um dever de todos, inclusive dos empresários.

Além disso, Bárbara chama a atenção para o ESG. Segundo ela, as questões ambientais e de governança estão mais bem desenvolvidas no país em relação ao escopo social. “Acho que essa é a maior dor, justamente por ser mais subjetivo. Porque ninguém diz, ‘olha, você não pode deixar de ajudar o próximo’. Nenhum dos nossos filhos aprendem isso na escola”, conclui.