Hospício no Brasil igualado a campo de concentração nazista teve 60 mil mortes
No Hospital Colônia, pacientes chegavam a comer ratos e beber água de esgoto, às vezes tendo essas humilhações como única chance de sobrevivência

Quando o psiquiatra italiano Franco Basaglia visitou, em 1979, o Hospital Colônia, o maior hospital psiquiátrico do Brasil na época, declarou em uma coletiva de imprensa que tinha visitado um campo de concentração nazista.
Localizado na cidade de Barbacena, em Minas Gerais, o Hospital Colônia só poderia ser chamado de campo de concentração. Entre os anos de 1930 e 1980, foram contabilizadas 60 mil mortes no hospício.
As pessoas que eram enviadas para o hospital, a maioria à força, nem precisavam ser diagnosticadas com algum transtorno mental. Mais de 70% dos pacientes não sofriam com nenhuma doença do tipo. Eram crianças rejeitadas pelos pais por mau comportamento ou algum tipo de deficiência; filhos tidos fora do casamento; mulheres estupradas pelo patrão ou algum homem importante na época, com dinheiro suficiente para esconder o crime; epiléticos; alcoólatras; homossexuais. Tudo era motivo para enviar pessoas ao hospital.
Franco Basaglia tinha razão em igualar o Hospital Colônia a um campo de concentração nazista. Muitos elementos nessa história lembram o que acontecia com as vítimas do Nazismo. Um deles é o fato de que as pessoas eram enviadas para o hospital em um trem de carga, assim como os judeus eram levados para os campos de concentração durante a Segunda Guerra. O trem que os levava para o Colônia ficou conhecido como “trem de doido”.
Em 2013, a jornalista Daniela Arbex lançou um livro contando essa história, chamado ‘Holocausto brasileiro – Vida, Genocídio e 60 mil mortes no maior Hospício do Brasil’.
Em 2016, foi lançado o documentário ‘Holocausto Brasileiro’, produzido pela HBO e veiculado no canal fechado Max. O roteiro e a direção também têm a da jornalista, com ajuda na direção de Armando Mendz.
O documentário mostra relatos de sobreviventes e de pessoas que trabalharam no Colônia. A única chance de sobrevivência envolvia, em muitos momentos, comer ratos e beber água de esgoto. E, na maioria das vezes, as pessoas acabavam morrendo. Eletrochoques em pacientes eram diários. Às vezes, a energia elétrica da cidade não era suficiente para aguentar a carga.
A barbárie que crianças, mulheres, homossexuais, pessoas com transtornos mentais e outras vítimas aram no Brasil se compara ou até ultraa os horrores dos campos de concentração nazistas.
O documentário sobre o tema está disponível no Youtube:
22/11/2020 @ 23:50
Sou contra as condições que se encontravam, desumana. Sou contra as condições que estão hoje..jogados nas ruas a própria sorte. Os pais e irmãos não podem ser obrigados a ficarem em suas residências pessoas que tem leis que garante que não façam uso de remédio se não quiserem, que tenham direito reprodutivo, e quem fica com a criança é a família, que são inimputáveis em caso de matarem. E apartamentos, seus moradores podem convidar a sair se depredarem as áreas comum e agredirem a moradores.aí a rua e favelas são o destino.