Grupos neonazistas crescem 270% em 3 anos no Brasil
Pesquisadora afirma que há pelo menos 530 grupos extremistas e neonazistas espalhados em todo o país, reunindo até 10 mil pessoas. Especialistas temem que presença online se transforme em ataques violentos e dizem que liberdade de expressão não pode ser usada como justificativa para discurso de ódio

Por Juliana Lima
Entre janeiro de 2019 e maio de 2021, o número de grupos extremistas cresceu 270,6% no Brasil. Espalhados por todo o país, são ao menos 530 núcleos extremistas conhecidos atualmente, que podem representar cerca de 10 mil pessoas. Entre os grupos, os neonazistas são maioria.
Os números são de um mapa realizado pela antropóloga Adriana Dias, que se dedica a pesquisar o neonazismo no Brasil desde 2002. Para a pesquisadora, juristas e outros especialistas, o discurso de ódio presente na internet e a certeza de impunidade são os principais combustíveis para o aumento desses grupos. O receio é que a violência transborde do ambiente virtual para ataques reais.
“Eles começam sempre com o masculinismo, ou seja, eles têm um ódio ao feminino e por isso uma masculinidade tóxica. Eles têm antissemitismo, eles têm ódio a negro, eles têm ódio a LGBTQIAP+, ódio a nordestinos, ódio a imigrantes, negação do holocausto”, explica a antropóloga.
Segundo ela, grupos neonazistas, que antes se concentravam na região Sul do Brasil, hoje estão presentes nas cinco regiões do país, com destaque para a região Centro-Oeste e Sudeste e os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
A juíza federal e também pesquisadora do tema Cláudia Dadico explica ainda que a falta de uma legislação clara contra discursos de ódio no Brasil é o principal obstáculo para que esses crimes sejam punidos.
“Os casos que tenho acompanhado da Polícia Federal tem tido realmente um esforço grande no sentido de investigar e punir. O que ocorre é que muitas vezes alguns operadores do direito têm uma compreensão da liberdade de expressão que acaba, de certa forma, obstaculizando a punição desses crimes, que claramente não se situam dentro do campo da liberdade de expressão”, disse Dadico em entrevista ao Fantástico.
O promotor de justiça do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado do Rio de Janeiro (Gaeco-RJ), Bruno Gaspar, concorda que a liberdade de expressão não pode ser usada como defesa para atos criminosos. “A liberdade de expressão não é ilimitada. Ela não autoriza manifestação discriminatória ou preconceituosa”, diz.
Fonte: G1
14/02/2022 @ 18:05
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