Fundo Brasil destinará R$ 2,5 milhões para agenda climática durante ano da COP 30
Cultura de Doação
Fundo Brasil destinará R$ 2,5 milhões para agenda climática durante ano da COP 30
Fundação apoiará projetos de 40 organizações de povos indígenas, comunidades tradicionais e trabalhadores (as) da cidade e do campo para fortalecer soluções para uma transição energética justa e inclusiva
São Paulo, 07 de abril de 2025 – Com a aproximação da COP-30 no Brasil e com o intuito de fortalecer as iniciativas de povos indígenas, comunidades tradicionais, quilombolas e trabalhadores (as) da cidade e do campo na busca por justiça climática e uma transição justa, o Fundo Brasil de Direitos Humanos destinará R$ 2,5 milhões para apoiar 40 projetos que promovem e consolidam soluções coletivas, a fim de mitigar os impactos causados pela crise ambiental.
O edital conjunto Raízes e Labora: Fortalecendo Soluções de Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais e Trabalhadores (as) rumo à Justiça Climática e à Transição Justa reflete o compromisso do Fundo Brasil de Direitos Humanos com o enfrentamento da crise climática, especialmente em um momento decisivo para o futuro do planeta.
As doações, que variam de R$50 mil a R$100 mil para cada projeto, serão feitas antes da COP 30, em novembro na cidade de Belém (PA). A conferência reunirá líderes globais, especialistas e ativistas para discutir soluções para a crise climática, com foco em ações concretas para a preservação ambiental e a promoção de uma transição justa e sustentável.
Entre as organizações que já recebem recursos do Fundo Brasil para incidir sobre a agenda climática global está a Cúpula dos Povos. Com sede no Pará, reúne povos indígenas, coletivos e movimentos sociais em ações preparatórias para a COP 30. A iniciativa visa promover o debate sobre transição energética justa, planos de prevenção a eventos climáticos extremos, o a água e saneamento, combate ao racismo ambiental, reforma agrária e demarcação de terras indígenas.
Os impactos das mudanças climáticas afetam de forma mais intensa povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e trabalhadores das cidades, campos, águas e florestas, dificultando suas atividades diárias, a manutenção de seus modos de vida e sua subsistência. No entanto, esses grupos estão criando soluções eficazes, como práticas de agroecologia, agroflorestas e energia solar, que demonstram que a resposta à crise climática está na democratização e no fortalecimento de soluções coletivas populares.
Segundo o Relatório do Intergovernamental sobre Mudança do Clima de 2023, a perda de ecossistemas e seus serviços têm impactos em cascata e a longo prazo sobre as pessoas em todo o mundo, especialmente para os povos indígenas e comunidades locais que dependem diretamente dos ecossistemas, para atender às necessidades básicas. O relatório ainda reitera que entre 2010 e 2020, a mortalidade humana causada por enchentes, secas e tempestades foi 15 vezes maior em regiões altamente vulneráveis, em comparação com regiões de vulnerabilidade muito baixa.
“Por isso, o edital visa apoiar essas comunidades, ampliando sua participação no debate sobre justiça climática, racismo ambiental e trabalho digno. O objetivo é fortalecer ações que impactem tanto a COP 30 quanto os anos seguintes, ampliando a visibilidade dessas iniciativas”, explica Ana Valéria Araújo, diretora executiva do Fundo Brasil e integrante do comitê gestor do Labora, que conta também com representantes de Laudes Foundation, Fundação Ford e Open Society Foundations.
A parceria também destaca a importância da filantropia de justiça social para a defesa da democracia e a construção de um futuro sustentável, com foco nos grupos que preservam os biomas brasileiros e enfrentam a crise climática.
As propostas podem ser enviadas de 19 de março a 25 de abril de 2025, até as 18h (horário de Brasília), exclusivamente pelo Portal de Projetos do Fundo Brasil.
Para mais informações e o site do Fundo Brasil de Direitos Humanos.