Fundo apoia OSCs que promovem saneamento básico no Brasil
Instituto Iguá e investidores lançam fundo para apoiar organizações que trabalham pela democratização do o ao saneamento básico no Brasil. Hoje, mais de 100 milhões de pessoas não têm coleta de esgoto e 35 milhões estão sem água tratada

Por: Juliana Lima
De acordo com dados do Sistema Nacional de Saneamento (Snis), mais de 100 milhões de brasileiros não possuem o à coleta de esgoto e 35 milhões não têm água tratada, o que coloca o Brasil na 103ª posição em ranking mundial de saneamento básico. A falta de saneamento está vinculada a inúmeros problemas de saúde e de desenvolvimento.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil indica que a falta de saneamento básico sobrecarregou o sistema público de saúde (SUS) com 273.403 internações por doenças de veiculação hídrica em 2019. O número representa um aumento de 30 mil hospitalizações se comparado com os índices do ano anterior. Segundo o DataSus, foram 13,01 casos a cada 10 mil habitantes e uma despesa de cerca de R$ 108 milhões aos cofres públicos.
Em 2019, o crescimento em investimentos em saneamento básico no país foi de 18,8%, ando dos R$ 13,2 bilhões em 2018 para R$ 15,7 bilhões. Para aumentar a velocidade com que o Brasil avança na questão, muitas organizações da sociedade civil e negócios de impacto lutam para garantir a universalização do saneamento no país, principalmente em comunidades pobres e cidades pequenas.
Para apoiar essas organizações, o Instituto Iguá lançou em 2020, juntamente com a Climate Ventures e um grupo de investidores sociais, um fundo chamado ‘Ipu – Water & Sanitation Venture Philanthropy’, que é a primeira iniciativa de Venture Philanthropy (um modelo de fomento já famoso país afora) ligada à causa da água e do saneamento no Brasil.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada R$ 1 investido em saneamento básico, há uma economia de R$ 4 em saúde. Para explicar o fundo, Renata Ruggiero Moraes, diretora-presidente do Instituto Iguá, lembra que a experiência do terceiro setor é garantir o impacto social sem tanta burocracia quanto existe no setor público.
“Temos realizado pilotos, cases em comunidades, testando soluções inovadoras, íveis e sustentáveis, assim como modelos de engajamento e participação comunitária. Com bons resultados práticos, é possível sistematizar essas experiências e contribuir para a formulação de políticas públicas eficazes”, conta.
Para saber mais sobre o fundo, e o site do Instituto Iguá.