Formação sobre saúde sexual e reprodutiva mobiliza jovens e profissionais da rede pública em Campinas
Impacto das ONGs
O projeto Juventudes em Rede pelos Direitos Sexuais e Reprodutivos realiza no dia 07 de maio, em Campinas, um grande encontro para celebrar a conclusão de sua primeira edição. De novembro de 2023 a maio de 2025, o projeto mobilizou estudantes e profissionais da rede pública da saúde, educação e assistência social de Campinas, em um percurso formativo sobre saúde sexual e reprodutiva de jovens e adolescentes.
A iniciativa, desenvolvida pelo CEDAP (Centro de Educação e Assessoria Popular) com apoio da Fundação FEAC, atendeu mais de 60 jovens de Campinas e 100 profissionais, impactando cerca de 3500 jovens indiretamente com informações e ações educativas.
O encontro final será um momento de avaliação, partilha e, principalmente, de reforço do compromisso coletivo com a proteção e os direitos das juventudes. “A saúde sexual e reprodutiva é uma pauta urgente. Precisamos garantir que os adolescentes saibam a quem recorrer e encontrem, nos serviços públicos, profissionais preparados para escutá-los, acolhê-los e encaminhá-los com respeito”, resume Ricardo Castro e Silva, coordenador pedagógico do projeto.
Além das formações, que abordaram temas como prevenção de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), diversidade, gravidez na adolescência e prevenção de violências, entre outros, o projeto provocou discussões relevantes entre os próprios jovens, incentivados a atuarem como multiplicadores de informações em seus territórios. Alguns deles aderiram também ao Coletivo Jovem, um coletivo de comunicação para que jovens e adolescentes que aram pela formação possam continuar se encontrando, experimentando diferentes linguagens de arte e expressão para amplificar suas ações de multiplicação.
Os dados de violência e violações de direitos reforçam a urgência de ações estruturadas e contínuas voltadas à proteção de adolescentes. “O alto número de tentativas de suicídio entre jovens e adolescentes é um alerta de que precisamos agir rápido e em conjunto com políticas intersetoriais. O Juventudes em Rede é um exemplo desse esforço, ao promover articulação e parcerias entre diferentes esferas e abrir espaço para ouvir e acolher as juventudes.”, diz Mariana Saes, coordenadora técnica do Juventudes em Rede.
“Quando os adolescentes am informação qualificada, encontram apoio e são orientados por profissionais preparados, eles conseguem se proteger, denunciar e orientar seus pares. O projeto é sobre isso: criar redes de apoio e mobilizar ações concretas nos territórios, especialmente os mais vulneráveis”, complementa Ricardo.
O encerramento da primeira formação do projeto Juventudes em Rede marca também o debate sobre propostas práticas construídas ao longo do processo, como o Cartão das Juventudes – ferramenta que busca facilitar o acolhimento de adolescentes nos centros de saúde, funcionando como uma espécie de “aporte”, reduzindo barreiras na recepção dos postos de saúde e garantindo que os jovens sejam recebidos com mais privacidade e cuidado. Desde outubro, o protocolo vem sendo testado em ações conjuntas com centros de saúde, escolas públicas e organizações da sociedade civil.
O encontro de encerramento será também um espaço de avaliação coletiva dessa experiência piloto, buscando identificar possibilidades de continuidade, ampliação e institucionalização da proposta. Outra ação do projeto é um manual com os conteúdos e as dinâmicas propostas nos percursos formativos, que ficará disponível para o no site do CEDAP ( cedap.org.br). O Projeto Juventudes em Rede continuará compartilhando seus resultados e desdobramentos pelo Instagram @juventudes_em_rede_dsr.