Financiar o terceiro setor é bom para as empresas

Cultura de Doação
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Imagem: Adobe Stock.

Por Priscila Rodrigues

Em 2024, o Dia de Doar é comemorado em 3 de dezembro por todas as pessoas e organizações que contribuem para um mundo mais solidário.

No caso das organizações, nada melhor do que reforçar essa data importante com todos os parceiros e stakeholders, lembrando que essa doação pode vir de pessoas que queiram ser voluntários ou de pequenas a grandes empresas. Neste último caso, o terceiro setor também pode auxiliar o segundo setor a fazer mudanças sociais e gerar impacto.

Num cenário político, econômico e social, quando uma empresa financia o terceiro setor, dá escala para as ações de política pública – feitas pelo primeiro setor –, traz legitimidade nas ações e, por meio de projetos de investimento social privado, também ajuda a mitigar problemas.

Estamos ando por um momento de tramitação fiscal, para que se consiga melhores benefícios na visão do terceiro setor. Mas, hoje, além do investimento social privado, quando a empresa pega parte do seu lucro e dispõe para uma ação social, há também os projetos incentivados.

A organização precisa fazer da captação uma área muito estratégica, completamente alinhada ao seu planejamento – seja ela pequena, média ou grande. É importante ter diversas formas de captação para mostrar o portifólio de tipos de investimento. Então, deve-se pensar na captação para Pessoa Física e Pessoa Jurídica, Nota Fiscal Paulista, Voluntariado Corporativo, marketing relacionado a causa, produto social, evento, patrocínio, branding. O céu é o limite.

Na Liga Solidária, usamos o pitch como ferramenta para entender o público interno, quais são os seus sonhos, desejos e projetos e, a partir desse momento, definir um produto. Mas cada organização pode usar a melhor estratégia. O mais importante é fazer a definição dessas ideias se desenvolverem como produto e a captação trabalhar num viés completamente ativo e comercial. Uma organização tem de entender quais são suas bandeiras, suas causas, e tem que saber quais são as linhas de ESG, sustentabilidade, cidadania corporativa e responsabilidade social das empresas para buscar esse alinhamento estratégico com quem está falando a sua língua.

Aqui é importantíssimo citar na contrapartida. São fundamentais a boa execução e a transparência, coisas imprescindíveis e inegociáveis. A organização precisa executar bem os projetos, porque é isso que vai gerar impacto social, e a prestação de contas pedagógica e financeira deve acontecer.

Hoje, o terceiro setor responde por mais de 4% do PIB brasileiro, segundo estudo feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O crescimento traz maior responsabilidade, não somente na formalização do setor, mas na hora de entregar os projetos. Um crescimento tanto na economia quanto na prestação de serviços. Isso deixa com mais “corpo” o speech quando se vai buscar parcerias – seja para as empresas globais, que já tem uma estrutura de responsabilidade social lá fora, seja para as empresas que estão começando a investir no terceiro setor.

Que esse investimento seja perene e, da nossa parte, encontre os melhores projetos e contrapartidas!

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*A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião do Observatório do Terceiro Setor.

Sobre a autora: Priscila Rodrigues é Gerente Executiva de Desenvolvimento Institucional da Liga Solidária


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