Falsas percepções do voluntariado: como rompê-las e atrair voluntários

Compartilhar

Imagem: Freepik

“Nada é impossível para um coração cheio de vontade!”

Ainda convivemos com as falsas percepções sobre o trabalho voluntário.

Antigas ideias e conceitos permanecem e são comuns, tais como: o voluntariado é apenas exercido por mulheres; jovens não se interessam pelo voluntariado; ele precisa ser realizado presencialmente; que a maioria dos voluntários são pessoas com renda média alta e com nível de educação superior.

E que as pessoas que praticam o voluntariado têm muito tempo livre. Acreditam que o voluntariado é feito de forma desordenada, sem compromisso e que não há espaço para profissionalização, gestão e para tecnologias facilitadoras.

Convivemos ainda com a percepção que para fazer uma atividade é preciso encontrar uma associação e que não deve haver interferência do Estado.

É preciso enfrentar e quebrar esses preconceitos e incluir o tema do voluntariado no discurso do dia a dia, com exemplos e boas práticas que acontecem a nível global, regional e nacional.

Fundamental integrar o voluntariado em todos os programas que promovam o desenvolvimento e a paz. Destacar que o voluntariado deve ser considerado um poderoso recurso e componente vital do capital social de todas as nações.

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em dezembro de 2020, 6,9 milhões de pessoas realizam trabalho voluntário no Brasil. Isto significa que 4,3% da população brasileira pratica o voluntariado! O que fazer para atrair mais voluntários e romper as falsas percepções?

  •  Fornecer treinamento e a oportunidade de aprender novas habilidades: voluntariado promove o crescimento e desenvolvimento.
  •  Permitir que os voluntários interajam com os beneficiários, que estejam integrados e participem dos processos de suas atividades e tenham conhecimento dos resultados e da transformação que eles estão promovendo: voluntariado promove impacto.
  • Facilitar as formas de participação, de engajamento, de inscrição nos programas, ser criativo e ível: voluntariado promove uma experiência transformadora.
  •  Dizer obrigado, ser grato, celebrar e festejar os objetivos e metas alcançadas, incentivar a troca e o aprendizado com outros voluntários, funcionários e beneficiários: voluntariado é reconhecimento e valorização.

É necessário inspirar e facilitar para que as pessoas encontrem um motivo para a ação, e assim motivadas, envolvê-las para irem além da participação, para o engajamento!

A motivação impulsiona a pessoa a agir, e no voluntariado, agir é ainda mais gratificante porque é em benefício do outro.

É essencial tornar o trabalho realizado pelos voluntários, que dedicam seu tempo e energia, algo significativo, atraente e valioso.

*A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião do Observatório do Terceiro Setor.

Silvia Naccache

Palestrante e consultora nas áreas de Voluntariado, Responsabilidade Social, Desenvolvimento Sustentável e Terceiro Setor. Conselheira voluntária da ABRAPS, Associação Vaga Lume e TJCC. Representante no Brasil da organização Impact2030, além de membra organizadora do Grupo de Estudos de Voluntariado Empresarial desde 2009. Coordenou por 14 anos o Centro de Voluntariado de São Paulo. Linkedin

Compartilhar