Eu acredito na educação. E você?
“Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”, FREIRE (1991, 79).
Nunca se falou tanto da importância – e do poder – de se ter e saber usar uma boa marca. Isso porque a gestão da marca unifica propósitos, integra pessoas e produz indicadores de mudança comportamental e social.
Tanto que até os países têm marca. Seu posicionamento deve representar a gestão que será realizada por seu governo. Uma marca honesta com seu consumidor é aquela em que suas propostas são sustentáveis e cumpridas, havendo um plano de entrega; ou seja, uma comunicação efetiva – embora nem sempre isso aconteça!
Os exemplos são vários. Na história do Brasil podemos destacar algumas mudanças no posicionamento da marca e dos slogans políticos. No governo militar, a marca era a mão de ferro da ditadura. Foram gastos milhões de cruzeiros em comunicação com o objetivo de melhorar a imagem junto ao povo. Frases de efeito ufanista impactavam adultos, crianças e idosos: “Ninguém segura este país”, “Brasil: Ame-o ou deixe-o!”, “Brasil: AME-O”, “Quem não vive para servir ao Brasil, não serve para viver no Brasil” e músicas com o refrão “Eu te amo, meu Brasil, eu te amo; ninguém segura a juventude do Brasil”.
Mais recentemente, foram marcas das campanhas para presidente de Fernando Henrique Cardoso (1994 e 1998), os slogans “O Brasil não Pode Voltar Atrás. Avança, Brasil” e “Gente em primeiro lugar”, com o foco nas melhorias sociais. Pouco avançamos e gente não ficou em primeiro lugar.
Já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a promessa foi a do “Brasil, um país de todos”. A nova marca do país carregou em sua significância a ideia de um país de oportunidades iguais, em que todos tenham o a direitos fundamentais e possam atender às suas necessidades básicas.
Atualmente, a marca da gestão da Presidenta Dilma Rousseff é “Brasil. Pátria educadora”, que tem a intenção de despertar um sentido formador, uma prática cidadã e um compromisso com a ética. Cristovam Buarque, em artigo especial para o UOL questiona esse lema e pergunta se a entrega de uma promessa é só um sonho político. Em outro artigo, Buarque discorre: “O lema ‘Brasil: pátria educadora’ tem o mérito de explicitar a posição que, depois de décadas de luta por alguns, começa a ganhar corpo na sociedade brasileira: a importância da educação para o progresso do país. Mas, sem um conjunto de leis, a definição dos recursos e a articulação de uma base de apoio, a ideia ficará apenas como lema”. E continuou: “Não há como fazer do Brasil uma nação educada se a educação não for uma questão nacional, com a adoção das escolas pelo governo federal, ao longo dos próximos anos”.
Se pátria educadora é o posicionamento da marca “Brasil”, esperamos que isso seja cumprido. Devemos lembrar sempre da necessidade de entregar o que se promete, caso contrário a comunicação fica vazia e a marca perde seu valor.
Finalizo este texto concordando com a necessidade de se valorizar a educação e que esta essa seja, realmente, para todos. “A escola será cada vez melhor na medida em que cada ser se comportar como colega, como amigo, como irmão”, FREIRE, em ‘A escola, poesia’.