Equipe Olímpica de Refugiados garante sua primeira medalha da história

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A atleta refugiada Cindy Ngamba ganhou a primeira medalha da história para a Equipe Olímpica de Refugiados em Paris, após triunfar no último domingo (04/08) nas quartas de final e garantir pelo menos o bronze.

Imagem: Reprodução redes sociais/ Paris 2024

A atleta refugiada Cindy Ngamba ganhou a primeira medalha da história para a Equipe Olímpica de Refugiados em Paris, após triunfar no último domingo (04/08) nas quartas de final e garantir pelo menos o bronze.

Competindo na categoria feminina de 75 kg, Ngamba derrotou Davina Michel da França por 5 a 0, marcando uma decisão unânime dos juízes a seu favor. Após um round de abertura acirrado, ela venceu o restante da luta contra a sexta cabeça de chave da competição.

“Significa o mundo para mim ser a primeira atleta refugiada a ganhar uma medalha”, disse Ngamba após a luta. “Espero poder mudar a [cor da] medalha na minha próxima luta – na verdade, vou mudar”.

Na quinta-feira (08/08), ela enfrentará Atheyna Bylon do Panamá, por uma vaga na disputa pela medalha de ouro.

Seja qual for o resultado — e seja qual for a cor final de sua medalha — sua conquista histórica já enviou uma poderosa mensagem de esperança para cerca de 120 milhões de pessoas deslocadas à força em todo o mundo.

“Quero dizer aos refugiados em todo o mundo — [incluindo] refugiados que não são atletas — continuem trabalhando, continuem acreditando em si mesmos, vocês podem alcançar tudo o que quiserem”.

O feito de Ngamba de conquistar uma medalha Olímpica é apenas o mais recente desafio que a jovem de 25 anos superou para chegar a Paris como a primeira boxeadora refugiada a se classificar para os Jogos Olímpicos.

Depois de fugir de seu país natal, ela chegou ao Reino Unido aos 11 anos, sem saber falar inglês. A boxeadora é lésbica, o que é ilegal em seu país natal.

Ela enfrentou bullying e solidão na escola até descobrir o boxe por acaso em seu clube juvenil local em Bolton. Inicialmente, não havia outras garotas para treinar e ela teve que lutar com garotos, mas logo começou a viajar para lutas. Em 2019, ganhou o primeiro de três campeonatos nacionais ingleses.

Seu treinamento para a Olimpíada foi apoiado pela Fundação Olímpica de Refugiados (ORF, sigla em ingçês) por meio do Programa de Bolsa para Atletas Refugiados, que é financiado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

Sua mãe, tia e alguns de seus irmãos moram em Paris, o que tornou seu sonho olímpico ainda mais especial pela proximidade com seus familiares.

“Cindy nos lembra o que os refugiados podem e conseguem prosperar se tiverem oportunidade de mostrar a contribuição positiva que fazem para as comunidades que os acolhem ao redor do mundo”, disse Jojo Ferris, chefe da Fundação Olímpica de Refugiados. “Este é um grande momento para Cindy, para a Equipe Olímpica de Refugiados do COI e para as 120 milhões de pessoas em todo o mundo que foram forçadas a fugir de suas casas”.

Fonte: Acnur

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