Ele treinou em terreno baldio, lutou contra a covid e ficou em 4º lugar
O brasileiro Darlan Romani ficou em 4º lugar no arremesso de peso nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Antes de chegar até a decisão olímpica, no entanto, ele precisou improvisar treinos em um terreno baldio, teve uma lesão provocada pelas condições ruins, ou por uma cirurgia e ainda lutou contra a covid-19

O catarinense Darlan Romani, de 30 anos, que é o principal nome do arremesso de peso no Brasil, ficou em quarto lugar na final da modalidade nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Ele alcançou a marca de 21,88 metros, apenas 59 centímetros atrás do alcançado pelo medalhista de bronze.
O que muitos não conhecem é sua luta para ser o 4º melhor da sua modalidade nas Olimpíadas de Tóquio. Para chegar até a decisão olímpica, Darlan Romani precisou improvisar treinos em um terreno baldio, teve uma lesão provocada pelas condições ruins, ou por uma cirurgia e ainda lutou contra a covid-19.
“Estávamos muito fortes, superbem, cumprindo metas, batendo marcas, cumprindo objetivos. Aí veio a pandemia e atrapalhou muito”, disse Darlan.
Para retomar a preparação, ele aproveitou um terreno baldio perto de sua casa, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo. Com a ajuda de um pedreiro, construiu um platô de cimento sobre o chão de terra e grama para ele fazer os arremessos.
A pandemia também o impediu de continuar trabalhando com seu técnico neste ano, o cubano Justo Navarro, que precisou ir ao seu país em dezembro e não conseguiu voltar ao Brasil por causa da quarentena na ilha.
As condições ruins de treino cobraram um preço alto de Darlan, que desenvolveu uma hérnia de disco, ou por uma cirurgia e ficou parado por um mês e meio no início do ano para se recuperar. Foram seis meses sem competir.
O atleta do Clube Pinheiros teve ainda outro problema de saúde. Depois que a mãe e o irmão tiveram covid-19, ambos sendo internados na UTI por causa da gravidade da doença, Darlan também pegou covid, em maio.
Ele teve de ficar parado, às vésperas dos Jogos, e isolado, para não contaminar a mulher e a filha. Por causa da doença e da interrupção nos treinos, o atleta de 156 kg e 1,88 m perdeu 10 kg em duas semanas.
Mas conseguiu se recuperar a tempo dos Jogos e chega agora à final embalado pelo bom desempenho na fase classificatória.
Darlan é decacampeão brasileiro. Foi o quarto melhor no Mundial de 2019 e campeão do Pan-americano de 2019. Sua melhor marca até hoje é de 22,61 m, atingida em 2019. É o atual recordista sul-americano e o terceiro no ranking mundial de 2021.
Fonte: BBC Brasil