Ele lutou pelo fim da tortura e da desigualdade no Brasil

Compartilhar

Dom Paulo Evaristo Arns nasceu em Forquilhinha (SC), em 14 de setembro de 1921, e foi um frade franciscano e cardeal brasileiro, além de conhecido defensor dos direitos humanos.

Ordenado sacerdote em 1945, foi estudar na Sorbonne, em Paris. Anos mais tarde, nas décadas de 1960 e 1970, foi bispo e arcebispo de São Paulo.

Toda sua atuação pastoral foi voltada aos habitantes da periferia, aos trabalhadores, principalmente os mais pobres, e à defesa e promoção dos direitos da pessoa humana.

Ficou conhecido como o Cardeal dos Direitos Humanos, em especial por ter sido o fundador e líder da Comissão de Justiça e Paz de São Paulo.

Durante a ditadura militar, na década de 1970, destacou-se na luta pelo fim das torturas e restabelecimento da democracia no país, junto com o rabino Henry Sobel, criando uma ponte entre a comunidade judaica e a Igreja Católica em solo paulista.

Dom Paulo coordenou com o Pastor Jaime Wright, de forma clandestina, o projeto Brasil: Nunca Mais. Este projeto tinha como objetivo evitar o possível desaparecimento de documentos durante o processo de redemocratização do país. O trabalho foi realizado em sigilo e o resultado foi a cópia de mais de um milhão de páginas de processos do Superior Tribunal Militar (STM).

Em ato público realizado dia 14 de junho de 2011, foi anunciada a futura repatriação, digitalização e disponibilização para todos os brasileiros deste acervo. O livro homônimo ‘Brasil: Nunca Mais‘ reuniu esta pesquisa sobre a tortura no Brasil no período da ditadura militar e foi publicado pela Editora Vozes.

Dom Paulo também liderou o histórico ato na Catedral da Sé em memória do jornalista Vladimir Herzog.

Dom Evaristo Arns morreu aos 95 anos, no dia 14 de dezembro de 2016, em consequência de uma broncopneumonia. Em mensagem enviada à Arquidiocese de São Paulo e lida pelo bispo Dom Angélico Sândalo Bernardino durante o funeral, o Papa Francisco solidarizou-se e lamentou a morte do religioso, enaltecendo a generosidade e servidão de Dom Evaristo Arns.


Compartilhar