Deus está à venda?

Por Valdir Cimino e Mary Prieto
É humanamente impossível falar de hoje e amanhã sem reverenciar o ado, nossas vivências, e que legado deixaremos para as futuras gerações.
Dizem que o futuro a Deus pertence, mas cá entre nós, só pelo fato de ter a oportunidade de viver junto aos cidadãos globalizados do planeta, já não dá mais para largar essa responsabilidade somente nas costas de Deus. Todos nós temos o dever de garantir para as futuras gerações, um planeta habitável que assegure qualidade de vida para todos.
Qual é o benefício de colocar tudo em nome de Deus? Delegar? Esperar? De qualquer forma se livrar da responsabilidade? Não é bem assim.
Se Deus, a partir da visão mais ampla, puder ser compreendido como uma consciência que se expande (desde o Big Bang), então a nossa imagem e semelhança tem deixado a desejar quanto à expansão de seu polo criativo e absorvido em demasia o polo destrutivo. Que consciência pesada, não?
Talvez esse seja exatamente o problema: a consciência pesada não expande, e para voltar a fazê- lo, ela precisa primeiro estar limpa. A consciência limpa não se engrandece pelo poder que tem, mas em como poderá utilizar esse poder em benefício do bem maior.
A consciência limpa também não manipula e não joga a responsabilidade das atitudes – ou falta delas – em outras instâncias ou contextos; ao contrário: ela não interfere no livre arbítrio e, fazendo sua parte corretamente, espera para que a verdade de cada um apareça. Assim é na terra, como também no céu.
Deus não interfere no nosso livre arbítrio e portanto, não há possibilidade de barganhar e negociar as coisas: essa energia não se submete a nós porque, sendo ilimitada, não se prende, apenas nos ajuda a se libertar e crescer.
Como crescer? Parando de usar o nome de Deus em vão (como dizem as escrituras) é um bom começo. Depois, usando a inteligência e o amor (capacidades humanas e divinas) para assumir de consciência limpa – e já mais elevada – a responsabilidade que nos cabe como co-criadores dessa realidade, ou seja, como participantes ativos das mudanças que todos precisam para um mundo melhor.
O fato de estarmos aprendendo como seres humanos as nossas capacidades e potenciais criativos não nos exime de erros, é bem verdade, mas também não permite que repitamos a falta de inteligência ou de amor por comodismo de dizer que ainda estamos aprendendo. Estaremos sempre, afinal, isto é viver.
Mas que o aprendizado em si mesmo nos traga o aperfeiçoamento é necessário conforme avançamos. A coragem, virtude replicada por muitos seres da história com excelência, precisa permear nossos hábitos para que possamos avançar por caminhos justos, transparentes, com menos covardia (pessoal e em relação aos semelhantes) e mais empatia. Com empatia, inteligência e amor, Deus não estará à venda, e nem distante. Estará em nós, expandido, multiplicado e cheio de luz.
27/10/2021 @ 08:39
Sim, o povo está crescendo e ganhando a consciência humana ao longo da vida. Deus é inegociável e nem existe barganhas. Nós recebemos de Deus o livre e arbítrio e Ele respeita isso.