Desmatamento recorde desmente fala de ministro do Brasil na COP26

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Na contramão do discurso do Ministro do Meio Ambiente de que “o futuro verde do Brasil já começou”, o desmatamento da Amazônia bateu um novo recorde em outubro. Entre promessas do Brasil na COP26 está acabar com desmatamento ilegal até 2028

Joaquim Leite, Ministro do Meio Ambiente/ Foto: Agência Brasil

Apenas dois dias após o Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, afirmar na COP26 que o “futuro verde do Brasil já começou”, o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou dados que mostram desmatamento recorde na Amazônia em outubro deste ano.

Ao longo de outubro, a Amazônia Legal teve uma área de 877 km² sob alerta de desmatamento, uma alta de 5% em relação a 2020 e recorde para o mês na série histórica.

A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.

Os alertas foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²) – tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (por exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).

Na COP26, que acontece em Glasgow, na Escócia, o Brasil tem ignorado os recordes de devastação e prometeu acabar com o desmatamento ilegal até 2028.

O ministro também citou ações do governo para o combate ao desmatamento: “Para conter o desmatamento ilegal na Amazônia, o Governo Federal dobrou os recursos destinados às agências ambientais federais e promoveu abertura de concursos para 739 novos agentes ambientais”.

Segundo Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, o ministro também não foi honesto nessa fala. “O governo usa os números de uma forma não honesta. Quando ele [Joaquim Leite] fala que contratou 700 fiscais, não é bem isso. Você tem 96 fiscais nesses 700 contratados. O resto é auxiliar istrativo, serviço de copeiro, não é uma contratação de fiscais. O número é aquele, mas quem fiscaliza está em uma parte pequena”.

Para Márcio Astrini, os dados mostram que o governo brasileiro não tem a menor intenção de cumprir os compromissos assinados na COP26.

Fonte: g1


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