Como o formato de trabalho híbrido pode ampliar oportunidades para jovens em vulnerabilidade no mercado de trabalho?

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Imagem: Adobe Stock.

 

Por Wandreza Bayona

Nos últimos anos, o formato de trabalho híbrido tem se tornado cada vez mais presente em empresas e organizações. O modelo que combina atividades presenciais e remotas, oferece uma série de benefícios que podem ser aproveitados tanto pelos empregadores quanto por funcionários. Este novo modelo de trabalho pode ser uma ferramenta transformadora para a inclusão de jovens em situação de vulnerabilidade, pois a flexibilidade, o alcance geográfico ampliado e a oportunidade de desenvolver habilidades essenciais podem proporcionar a esses jovens uma nova perspectiva e possibilidades de ingresso profissional.

Com a pesquisa feita pelo Juventudes Potentes e a Rede Conhecimento Social, com 600 jovens residentes nas zonas sul e leste de São Paulo, sobre injustiças estruturais presentes na juventude, foi possível refletir como a distância entre a residência dos jovens e os grandes centros, onde estão a maioria das vagas de emprego, é um fator que contribui com o desemprego. Outro ponto que merece destaque é que 26% dos entrevistados já omitiram ou mentiram sobre a região em que residem por receio de serem prejudicados no processo seletivo, pois acreditam que as empresas não estão dispostas a pagarem pelo valor necessário para o transporte.

O trabalho híbrido oferece uma ótima vantagem para aqueles que enfrentam dificuldades de deslocamento ou limitações locais. Além de evitar o estresse do ir e vir diários, contribui na melhora da qualidade de vida, conciliação com estudos e saúde mental. O formato híbrido também reduz custos para os empregadores, economizando em despesas como transporte, água, luz e infraestrutura, que resulta em eficiência financeira para as empresas.

Mas é importante refletir: a eficácia está relacionada à forma de aplicação? Quando incluído na cultura organizacional da empresa, o formato de trabalho híbrido deve ser pensado para que o jovem colaborador aprenda e consiga atuar dentro de sua residência. Essa preocupação deve partir de um benefício de auxílio internet, por exemplo, até um treinamento e acompanhamento adaptado para garantir que ele tenha o e completo para desempenhar suas funções de forma remota. Para o jovem colaborador, ressalto a importância de aprender, desenvolver-se e gerenciar as demandas de forma eficiente, mesmo sem supervisão presencial constante.

Assim como as diversas inovações que surgem no mercado de trabalho, o formato híbrido pode ser uma solução eficaz para reduzir o desemprego entre os jovens. No entanto, como em qualquer mudança, é fundamental que seja implementado de forma correta e responsável. Considerando todos os aspectos envolvidos, podemos alcançar o melhor resultado possível: jovens que, por meio do aprendizado e do trabalho, conseguem se desenvolver e realizar seus objetivos.

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A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião do Observatório do Terceiro Setor.

*Wandreza Bayona é CEO do Instituto Ser+, que desde 2014 atua na criação e desenvolvimento de oportunidades para a juventude; é formada em Serviço Social pelo Centro Universitário FMU, com especialização em responsabilidade social corporativa e terceiro setor pela universidade FIA (Fundação Instituto de istração) e LDR pela Saint Paul. Possui mais de 20 anos de experiência na área de Responsabilidade Social Corporativa, com foco em desenvolvimento e implantação de programas de RSC.


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