Colonizadores capturavam indígenas para exibi-los como atração de circo

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A exibição de humanos em circos e zoológicos foi uma prática cruel e vista como normal na Europa e na América do Norte ao longo do século XIX e início do século XX

Imagem de zoológico humano em Coney Island, Nova York, 1906 /Fonte: rarehistoricalphotos.com

Em 1831, o confronto de Salsipuedes acabou se tornando um massacre planejado pelo governo uruguaio. Caciques do povo Charrúa foram convidados a discutir uma aliança contra o Brasil, mas, desarmados, acabaram mortos, presos ou obrigados a trabalharem para estancieiros. Até mães foram separadas de seus filhos. A herança cultural charrua, principalmente a língua, acabou se perdendo ao longo do tempo.

Após a conquista espanhola, a população de Charrúa foi diminuindo gradativamente, até que se manteve em número mínimo. Quatro indígenas foram capturados após o massacre de Salsipuedes: Tacuabé, Guyunusa, Senaca ou Senaqué e Vaimaca-Peru. Os quatro foram levados a Paris por François Curel em 11 de novembro de 1833, onde foram exibidos como atração de circo. A exibição de humanos em circos e zoológicos foi uma prática cruel e vista como normal na época.

Os chamados “zoológicos humanos” eram bastante populares na Europa e na América do Norte ao longo do século XIX e início do século XX. Também conhecidas como “vilas de negros” ou “exposições etnológicas”, estas exposições ficaram marcadas como exemplos perversos do tipo de olhar que as sociedades ocidentais construíram sobre outros povos e culturas neste período. A última dessas exposições ocorreu em 1958, em Bruxelas, na Bélgica, onde o que era considerada pelos expositores como uma “autêntica família de um vilarejo do Congo” foi exposta em uma jaula.

Guyunusa e Vaimaca tiveram uma filha, meses depois de serem levados para a França. Vaimaca, Senaqué e Guyunusa, infelizmente não aguentaram os abusos e morreram durante seu primeiro ano no país europeu.

Documentos indicam que a criança filha dos indígenas também faleceu no seu primeiro ano de vida de tuberculose.

Tacuabé conseguiu fugir, e até 2012 não se tinha noticias sobre o que havia acontecido com ele. Mas foi encontrado um arquivo que indica que o indígena conseguiu sobreviver e morreu de velhice em Paris.

Fontes: Wikipédia e BBC Brasil


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