Cia. de teatro que realiza doações na Cracolândia corre risco de despejo
VoluntariadoA Cia. Pessoal do Faroeste tem sua sede na região da Cracolândia, no centro de São Paulo, onde atua há 22 anos, e vem ajudando famílias em situação de vulnerabilidade social do entorno

Por: Mariana Lima
Durante a pandemia causada pelo novo coronavírus, o teatro da Cia. Pessoal do Faroeste tem recebido famílias em busca de auxílio pela campanha #FomeZeroLuz. A ação busca colocar alimentos e itens de higiene nas casas do entorno da Cracolândia, no centro de São Paulo.
Contudo, apesar da mobilização e do trabalho voluntário da companhia, na última quarta-feira (12/08), um oficial de justiça visitou o teatro para deixar o aviso de despejo e o prazo de 15 dias para a desocupação do imóvel.
Essa não é a primeira vez que o espaço teatral sofre uma ação de despejo. Em 2019, após o aviso, houve uma mobilização com a campanha #FicaFaroeste e foi realizado um acordo com o proprietário. O pagamento foi realizado com recursos conseguidos pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro.
Apesar de conseguirem pagar os aluguéis atrasados, ficaram sem poder contar mais com os recursos do Programa para manter o espaço e as mensalidades voltaram a se acumular.
Com a paralisação da programação, por conta da pandemia, ainda não conseguiram o o ao fomento da prefeitura deste ano. Assim, a dívida cresceu e o valor chega a R$ 200 mil. Além disso, os espetáculos – que pararam com a pandemia – têm como bilhetaria o sistema ‘pague quanto puder’.
Mesmo sem os espetáculos, a Cia. manteve o espaço voltado para as famílias em situação de vulnerabilidade social que estavam totalmente abandonadas na região da Luz.
Desta forma, a campanha #FomeZeroLuz visa erradicar a fome na região, que tem suas ruas, pensões e cortiços ocupados por famílias em situação de grande vulnerabilidade no momento atual, por meio da distribuição de cestas básicas.
Já são mais de mil famílias cadastradas na campanha, aproximadamente quatro mil pessoas, que vêm colocando alimento em suas mesas desta forma.
Apenas as mulheres das famílias podem fazer a retirada das cestas exceto em casos específicos, uma vez que além de moradoras de rua, trabalhadoras do sexo ou dependentes químicas, elas são mães.
Para saber mais, e o site do grupo Pessoal do Faroeste.