Censo 2022 aponta desigualdade racial na educação
Direitos HumanosDivulgados no dia 26 de fevereiro, os resultados preliminares do ‘Censo 2022 de Educação’ evidenciam a desigualdade racial. O levantamento do IBGE mostrou que o percentual de brancos com ensino superior completo era duas vezes maior em relação à parcela dos pretos e pardos, em 2022

Por Lucas Neves
A desigualdade racial na educação continua sendo um problema no Brasil. Segundo os resultados preliminares do Censo 2022 de Educação, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no dia 26 de fevereiro, o percentual de brancos com ensino superior completo era duas vezes maior em relação à parcela dos pretos e pardos, em 2022.
Apesar disso, os dados apontam um crescimento considerável na quantidade de pessoas pretas e pardas, de 25 anos ou mais, com nível superior completo. De acordo com o IBGE, somente 2% desse grupo possuía graduação em 2000. Esse percentual quintuplicou em 2022, subindo para cerca de 12%.
Entre os brancos com 25 anos ou mais, os dados recentes do Censo indicam que 25,8% estão formados no ensino superior. Ou seja, assim como os pretos e pardos, o percentual teve aumento significativo entre 2000 e 2022, uma vez que ele era inferior a 10% no início do século.
O levantamento do IBGE também detalhou a distribuição por cor ou raça entre os cursos de graduação concluídos. Desse modo, ficou evidente as discrepâncias entre brancos, pretos, pardos, amarelos e indígenas em diferentes áreas do ensino superior.
A partir dessa análise, o Censo apontou a medicina como curso de graduação mais desigual entre as diferentes cores e raças. Nessa área, mais de 75% dos formados eram brancos, enquanto pardos e pretos representavam 19,1% e 2,8%, respectivamente. Economia e odontologia foram as outras graduações a obterem percentual de pessoas brancas superior a 70%.
Desigualdade racial no ensino fundamental
O Censo 2022 mostrou que as desigualdades na educação não acontecem exclusivamente no nível superior. Conforme divulgação do IBGE, o percentual de pessoas de 25 anos ou mais, com ensino fundamental incompleto, superou 40% entre a população de cor ou raça preta e parda. Entre os brancos da mesma faixa etária, a parcela de pessoas, cujo ensino fundamental não foi concluído, ficou em 29,2%.
Nesse quesito, o grupo que apresentou o menor nível percentual de instrução foi o de cor ou raça indígena. Segundo IBGE, mais da metade da sua população tinha o ensino fundamental incompleto em 2022. Ademais, somente 8,6% dos indígenas possuíam nível superior completo.