Mulheres estudam e trabalham mais e ganham menos no Brasil

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Foto: Agência Brasil

Nesta semana, foi comemorado o Dia Internacional da Mulher. Mas a maioria das mulheres brasileiras não tem muito o que comemorar. Continuam sendo agredidas, mortas e, segundo o último PNAD C (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), estudam e trabalham mais, mas ganham menos que os homens no Brasil.

O estudo é traz dados relativos ao quarto trimestre de 2017 e mostra que a igualdade de gênero no país ainda está longe de ser conquistada.

Dos 40,2 milhões de mulheres que trabalham no país, 24,3% têm ensino superior completo, enquanto entre os homens ocupados a proporção é de 14,6%. Mesmo assim, em média, as mulheres que trabalham recebem rendimentos 24,4% menores que os dos homens.

Outro dado que chama a atenção é que as mulheres dedicam, em média, 18 horas semanais a cuidados de pessoas ou afazeres domésticos, 73% a mais do que os homens (10,5 horas). Isso ajuda a explicar o fato de a proporção de mulheres ocupadas em trabalhos por tempo parcial, de até 30 horas semanais, ser o dobro da de homens (28,2% das mulheres ocupadas, contra 14,1% dos homens).

Considerando trabalhos remunerados, afazeres domésticos e cuidados de pessoas, as mulheres trabalham em média três horas por semana a mais do que os homens.

Na política brasileira, o cenário de desigualdade não é diferente. O Brasil ocupa a 115ª posição no ranking mundial de presença feminina no Parlamento, dentre os 138 países analisados pelo Projeto Mulheres Inspiradoras (PMI). O projeto teve como base o banco de dados primários do Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No parlamento brasileiro, há somente 10% de mulheres.

Os países que apresentam maior percentual de mulheres no parlamento são Ruanda (63,8%), Bolívia (53,1%), Cuba (48,9%), Islândia (47,6), Suécia (43,6%), Senegal (42,7%), México (42,4%), África do Sul (41,8%), Equador (41,6%) e Finlândia (41,5%).

Segundo o PMI, o Brasil só deverá alcançar a igualdade de gênero no Parlamento Federal em 2080.


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