Câncer Infantil no Brasil: A luta contra o tempo pela vida

Saúde Infantil
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Divulgação

“A cada dia, milhares de crianças no Brasil enfrentam a dura batalha contra o câncer, e o tempo pode ser o fator decisivo entre a vida e a morte”. A afirmação é do Dr. Renato Melaragno, oncologista pediátrico com mais de 40 anos de experiência e membro da Comissão Médica do Instituto Ronald McDonald, reflete uma realidade alarmante: o câncer infantojuvenil é a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos no país. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a cada ano, aproximadamente 8.000 novos casos são diagnosticados. Apesar disso, a falta de informação e o diagnóstico tardio ainda são os maiores desafios para a cura — que pode ultraar 80% quando a doença é identificada precocemente e tratada em hospitais especializados.
Especialistas defendem que a oncologia pediátrica deve ser tratada dentro das políticas de saúde infantil e adolescente, garantindo a atenção necessária para essa realidade específica.

 

Câncer Infantojuvenil: Um desafio para a saúde pública
Os tipos de câncer mais comuns na infância são leucemias, tumores do sistema nervoso central e linfomas. Como os sintomas podem ser confundidos com doenças comuns, é essencial que médicos e pais estejam sempre atentos. Quando a doença é diagnosticada de forma precoce, as chances de cura podem ultraar 80%, como nos países de alta renda. Um dos fatores que contribui para o atraso na detecção da doença é a falta de informação direcionada aos profissionais de saúde.

“O câncer infantojuvenil deveria ser abordado dentro das políticas de saúde voltadas para a infância e adolescência, em vez de estar inserido na política geral do câncer. Como representa apenas 2% dos casos em adultos, acaba sendo menos valorizado”, explica Dr. Melaragno, reforçando que a atenção primária tem um papel essencial na identificação precoce do câncer infantil: “Capacitar profissionais da rede básica de saúde para reconhecer sinais de alerta e encaminhar os casos suspeitos para especialistas pode fazer toda a diferença na sobrevida e qualidade de vida das crianças”.

A desigualdade no o à saúde também impacta significativamente o tratamento do câncer infantil no Brasil. “A jornada de uma criança com câncer não pode ser determinada pelo local onde ela nasce. No Norte do Brasil, a taxa média de sobrevivência é de 50%, enquanto no Sul alcança 75%, evidenciando uma disparidade inaceitável. O Instituto se dedica incansavelmente a reduzir essas desigualdades”, afirma Bianca Provedel, CEO do Instituto Ronald McDonald.

 

Avanços no diagnóstico e tratamento
Nos últimos anos, houve um avanço significativo no diagnóstico e no tratamento do câncer pediátrico. Hoje, é possível realizar diagnósticos muito precisos com base em alterações genéticas e moleculares, permitindo tratamentos mais adequados e menos agressivos. “As novas terapias chamadas de terapia-alvo tratam essas anormalidades moleculares com menos efeitos colaterais, garantindo mais qualidade de vida às crianças”, destaca Dr. Renato.

Além disso, programas como o Diagnóstico Precoce do Instituto Ronald McDonald têm feito a diferença. “Uma pesquisa com centros apoiados pelo programa mostrou uma redução significativa no tempo de diagnóstico, de 13 para 5 semanas”, explica Danielle Basto, gerente da área de operações e impacto social do Instituto.

A partir de 2025, uma nova fase do programa permitirá um monitoramento ainda mais próximo dos casos suspeitos e confirmados, ampliando a análise do impacto da iniciativa. Com 26 anos de atuação e mais de R$ 422 milhões investidos na oncologia pediátrica, o Instituto Ronald McDonald já impactou mais de 15 milhões de vidas. O Programa Diagnóstico Precoce do Câncer Infantojuvenil capacitou mais de 44 mil profissionais e estudantes da saúde e sensibilizou professores de mais de 300 escolas, contribuindo diretamente para a detecção mais ágil da doença.


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