Brasil reduz em 95% as novas áreas de garimpo no Território Yanomami

Direitos Humanos
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Em nota divulgada à imprensa, Governo Federal também afirmou que as ações do Estado no Território Yanomami reduziram em 27% no número de óbitos no primeiro semestre de 2024

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Por Lucas Neves

No dia 8 de fevereiro, o Governo Federal divulgou nota à imprensa sobre o trabalho realizado no Território Yanomami. O documento reafirma o comprometimento do Estado com a transparência e a continuidade das ações na região. Segundo o governo, em dois anos de atuação intensiva e coordenada, as ações reduziram em cerca de 95% as novas áreas de garimpo, citado no texto como “principal causa da degradação do território”.

A nota destaca que, desde 2023, o poder executivo federal coordena a maior operação já realizada pelo Estado na Terra Indígena Yanomami. “Reverter o abandono herdado e garantir a proteção e a recuperação das condições de vida dos povos indígenas”, diz o texto da Secretaria de Comunicação Social do governo.

Um dos principais focos do comunicado é apresentar informações no âmbito da saúde. O Governo Federal garantiu funcionamento de 100% dos polos-base de território, aumentando em 155% o número de profissionais e reabrindo todas as unidades de saúde fechadas na região. Essas ações foram executadas pela Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, resultando na reinclusão de mais de 5 mil indígenas desassistidos, segundo a nota.

As ações levaram à redução de 27% no número de óbitos no primeiro semestre de 2024, comparado ao mesmo período de 2023. Desse modo, o Governo Federal apresentou números significativos sobre as mortes por desnutrição, infecções respiratórias e malária, as quais caíram 68%, 53% e 35%, respectivamente.

“O Governo Federal segue atuando de forma estruturada e contínua para reverter anos de negligência e garantir que os povos Yanomami tenham autonomia, dignidade, assistência e segurança em seu território, reafirmando seu compromisso com a defesa dos direitos indígenas e a soberania nacional”, conclui a nota.

Os Yanomamis

A Terra Indígena Yanomami enfrenta uma crise humanitária. Um dos maiores povos indígenas relativamente isolados da América do Sul, os Yanomamis vivem nas florestas e montanhas do norte do Brasil e sul da Venezuela. Apenas no Brasil, o seu território conta com mais de 9,6 milhões de hectares, 376 comunidades e cerca de 33 mil pessoas.

O garimpo ilegal na região causa um impacto ambiental significativo, prejudicando o bem-estar dos povos indígenas. Atualmente, os Yanomamis enfrentam as consequências dessa exploração, sofrendo com a fome e diversas doenças.

Atuação do Terceiro Setor

Além dos órgãos públicos, o terceiro setor atua diretamente contra essa crise humanitária. Um exemplo é o movimento global pelos direitos dos povos indígenas, chamado de Survival, que existe para prevenir a aniquilação dos povos indígenas e para dar voz a eles perante o mundo, evidenciando a violência genocida, escravidão e racismo que enfrentam diariamente.

Outra organização social atuante nessa causa é a Secoya (Serviço e Cooperação com o Povo Yanomami). Ela atua desde 1991 no Médio Rio Negro, do estado do Amazonas, via ações nos campos de educação escolar diferenciada, educação em saúde, capacitação política e técnica, além do apoio ao processo organizativo.


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