Associação Prato Cheio: mulheres no protagonismo da luta contra a fome
VoluntariadoNa semana em que é comemorado o Dia das Mulheres, conheça a ONG Prato Cheio que, por meio do trabalho de mulheres, garante que 33 mil pessoas não sofram com a fome diariamente

Da Redação
No Brasil, as mulheres estão à frente do combate à fome e, ao mesmo tempo, são o grupo mais atingido pela insegurança alimentar. De acordo com um levantamento da Rede Penssan, 63% das famílias chefiadas por mulheres estão em situação de fome. Quando se trata da análise de gênero, mais de 11% delas sofrem com a falta de alimentos, enquanto a parcela de homens na mesma situação é de 8,2%, segundo a FAO.
Por outro lado, o gênero feminino compõe 51% do voluntariado brasileiro. Um grande exemplo de organização que, com o trabalho de mulheres, busca fazer a diferença dentro desta causa é a Associação Prato Cheio.
“Somos todas mulheres. Eu, Sheila, Ana Paula, Isabela, mais os estagiários. Ninguém mede esforço no trabalho. As organizações parceiras também são super comprometidas e, de novo, a maioria é mulher”, conta a gerente da Associação Prato Cheio, Núria Chaim.
“O trabalho de fornecer alimentação a quem precisa, trabalho social, trabalho na cozinha – que é o público com quem estamos no dia-a-dia – ao meu ver, é tradicionalmente ocupado por mulheres. E do outro lado as mulheres são as que mais sofrem com a desigualdade econômica, assim como as pessoas pretas, então recai sobre elas todo o peso da vulnerabilidade”.
TERCEIRO SETOR NO COMBATE À INSEGURANÇA ALIMENTAR
A organização atua com base em três eixos alinhados ao ODS 2: combate ao desperdício de alimentos, projetos educacionais sobre boas práticas no consumo de alimentos, e ações de apoio à produção e comercialização de alimentos que se preocupam com a preservação do meio ambiente.
Somente em 2023, a Prato Cheio arrecadou mais de 653 mil quilos de alimentos. Foram doadas 10.200 marmitas, 915 cestas básicas e 11 mil cestas de hortaliças. Ao todo, mais de 33 mil pessoas foram beneficiadas por dia através das organizações parceiras.
“Ficamos muito felizes com os relatos de quem recebe os alimentos. Eles falam da importância dos alimentos, tanto nutricionalmente – e até mesmo por conseguirem oferecer frutas e legumes que ninguém teria a chance de consumir – quanto financeiramente. A economia de recursos que eles têm permite que melhorem a infraestrutura, reformem o espaço”.
Em 2024, a ONG lançará uma Plataforma de Impacto. O objetivo é que todas as empresas doadoras de alimentos e instituições parceiras tenham um relatório de prestação de contas com dados sobre as doações e o impacto gerado. “O trabalho de redução de perdas e desperdício e de promoção da alimentação saudável é de toda a sociedade. Quanto mais atores participarem, maior o impacto”.