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É animador verificar os movimentos sociais e as lutas travadas no Brasil nas últimas décadas. Vivemos um longo período da nossa história marcada por ditaduras que tiraram de cenas grandes ativistas e personagens, que enfrentaram com grande força moral os “monstros de fardas”.

A memória desse período, apesar de dolorosa, é necessária ser lembrada a todo instante, para que a nova geração de jovens tenha consciência dos acontecimentos do ado. Em muitas ocasiões eles se repetem, como exemplo a polícia que herdamos, que ainda mata e sequestra cidadãos.

Relembrar alguns grandes homens que viveram e lutaram nos “anos de chumbo”, por exemplo o inesquecível Frei Tito, me faz sentir que a sua presença ainda é muito marcante, como também um estímulo para continuar lutando em prol de um país mais justo e democrático.

Foi animador e emocionante o Seminário “Frei Tito e a Revolução Brasileira”, realizado no início de agosto em São Paulo. Além da presença de grandes nomes, como Frei Betto, João Pedro Stédile, Alfredo Bosi, entre outros, a presença do “Levante Popular da Juventude” e outras organizações da sociedade civil me alegraram e me encheram de vida.

Não poderia deixar de falar da importância dos “novos” movimentos oriundos da sociedade civil nas últimas décadas, com a forte presença dos jovens. O “Levante Popular da Juventude” é uma delas e tem como bandeira a luta de massas com vista à transformação da sociedade. Atuam nas periferias dos centros urbanos, meio estudantil e estão presentes em diversas cidades brasileiras e se articulam com diferentes movimentos sociais. Estes destacam na sua luta social: “A construção do Projeto Popular para o Brasil nada mais é do que a conquista das reivindicações históricas que sempre nos foram negadas pelos poderosos de nosso país, como educação, saúde, transporte, cultura, esporte e lazer que sejam realmente públicos e de qualidade bem como o trabalho decente que possa dar ao jovem a oportunidade de ter uma vida digna. A solução de tais problemas, que atingem a grande maioria da população, só virá a partir da reorganização radical da nossa sociedade, ou seja, devemos fazer uma revolução”.

Movimentos sociais como esse, entre outros como o MST, MTST, movimentos dos estudantes, têm tido um papel fundamental tanto nos grandes centros urbanos quanto nos rurais com bandeiras de lutas voltadas para a justiça social e pela construção de uma democracia participativa.

Atores da sociedade civil, sejam eles movimentos sociais e organizações do terceiro setor, marcam o início de uma nova era de reconstrução do espaço público. O legado de Frei Tito e de tantos grandes homens e mulheres está cada vez mais vivo em nossas mentes e corações.

Márcia Moussallem

Assistente Social e Socióloga. Mestra e Doutora em Serviço Social (PUC/SP); MBA em Gestão para Organizações do Terceiro Setor. Professora Universitária. Publicou seis livros. Colunista do Observatório do Terceiro Setor.

 


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