Aldeias Infantis SOS supera marca de 4 mil refugiados acolhidos
Desde 2018, a Aldeias Infantis SOS realiza o projeto Brasil Sem Fronteiras, em parceria com o ACNUR, e já promoveu atendimento a mais de 1.100 famílias

Por Laura Leite
Em abril de 2023, a Aldeias Infantis SOS superou a marca de quatro mil refugiados acolhidos no Brasil, um trabalho realizado em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).
O número representa 1.156 famílias, em sua maioria de venezuelanos, que, desde 2018, cruzaram a fronteira em busca de uma oportunidade melhor de vida, diante da crise humanitária vivenciada na Venezuela. Além dos migrantes da América do Sul, em 2022, a Organização estendeu os atendimentos para beneficiar os afegãos, que aram a chegar no aeroporto de Guarulhos (SP).
Independentemente do país de origem, o acolhimento de todos inclui moradia digna e segura, além de o a serviços essenciais como água, luz, alimentação e saneamento básico, além de aulas de português e capacitações profissionais. Ao chegar ao Brasil, as famílias com filhos são cadastradas pelo ACNUR e, posteriormente, encaminhadas para Aldeias Infantis SOS, que apoia o processo de interiorização dos migrantes.
Em média, as famílias ficam três meses sob o cuidado da organização, período necessário para a regularização de documentos, identificação de oportunidades de trabalho e definição de um local para morar de forma definitiva. Do total de acolhidos, 297 pessoas – cerca de 65 famílias – ainda estão na Aldeias Infantis SOS. Os venezuelanos ficam nas cidades de Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, enquanto os afegãos estão alojados em Poá (SP).
“Me sinto bem por estar com meus filhos neste lugar maravilhoso, sei também que as coisas são difíceis por ser mãe solteira. Seria impossível chegar aonde estamos sem o trabalho e a ajuda da Aldeias Infantis SOS. Por isso, agradeço a todos pela dedicação. Tenho esperança de que tudo dará certo, meus filhos estão matriculados na creche e eu, na esperança de uma vaga de emprego”, destaca Andris Maria Ramirez, refugiada venezuelana acolhida no Rio de Janeiro.
Das 4.088 pessoas acolhidas desde 2018, mais da metade eram de crianças e jovens com idade entre 0 e 17 anos. A Aldeias Infantis SOS trabalha para que nenhuma delas cresça longe das famílias e obtenham as condições necessárias para se tornarem cidadãos melhores.
A Aldeias Infantis SOS (SOS Children’s Villages) é uma organização global, de incidência local, que atua no cuidado e proteção de crianças, adolescentes, jovens e suas famílias. A organização lidera o maior movimento de cuidado infantil do mundo e atua junto a meninos e meninas que perderam o cuidado parental ou estão em risco de perdê-lo, além de dar resposta a situações de emergência.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), a Agência da ONU para Refugiados, foi criado em dezembro de 1950 por resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas. Iniciou suas atividades em janeiro de 1951, com um mandato inicial de três anos para reassentar refugiados europeus que estavam sem lar após a Segunda Guerra Mundial. O ACNUR já auxiliou dezenas de milhões de pessoas a recomeçarem suas vidas,
Esta iniciativa da organização esta alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da agenda da ONU, sendo os ODS 10, 11 e 16, que dizem respeito a redução de desigualdades, cidades e comunidades sustentáveis e Paz, justiça e instituições eficazes.
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