ACNUR debate impacto das mudanças climáticas para os refugiados na COP-16
EventosSegundo o ACNUR, 75% das pessoas deslocadas à força no planeta vivem em áreas com alta exposição a problemas associados ao clima

Durante a COP-16, o ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, incentivou soluções sustentáveis para preservar a biodiversidade e incluir proteção de pessoas deslocadas. De acordo com o ACNUR, a perda de biodiversidade intensifica o deslocamento forçado no planeta. A 16ª Conferência das Partes sobre Biodiversidade (COP-16) aconteceu entre os dias 21 de outubro e 1 de novembro em Cali, na Colômbia.
A representante do ACNUR na Colômbia, Mireille Girard, alertou que a devastação dos ecossistemas, como a perda de biodiversidade, causada pela degradação de terra e a poluição, impacta milhões de pessoas no mundo. Mireille destacou que os problemas ambientais e climáticos agravam as vulnerabilidades já existentes.
“A crise de biodiversidade afeta a todos, mas a magnitude de seus impactos variam dependendo de quem somos e onde estamos. Ninguém está possivelmente mais exposto ou é mais vulnerável do que aquelas populações que já fogem de conflitos”, afirmou.
Segundo o ACNUR, 75% das pessoas deslocadas à força no planeta vivem em áreas com alta exposição a problemas associados ao clima. Além disso, a organização afirma que essas comunidades am os impactos mais severos das mudanças climáticas.
Nos últimos anos, o deslocamento de pessoas tem se tornado cada vez mais interligado à crise climática enfrentada no planeta, popularizando o termo “refugiado climático”. No entanto, essa terminologia não é reconhecida e oficial. Para o ACNUR, é mais adequado utilizar “migrantes do clima” ao se referir a esse tipo de deslocamento, já que na maioria das vezes eles ocorrem dentro do próprio país.
O Coordenador Regional do ACNUR para Ação Climática nas Américas e no Caribe, Florent Marty, destacou a importância da participação na COP-16. “Reunir-nos na COP16 nos proporciona um espaço vital para compreender melhor as complexas inter-relações entre o deslocamento, a perda de biodiversidade e a degradação ambiental, bem como seus impactos. Também para defender que as populações deslocadas à força, junto com as comunidades que as acolhem, sejam incluídas de forma significativa nas decisões relacionadas à preservação e regeneração da biodiversidade”.
A COP-16 reuniu representantes de quase 200 países para discutir as metas globais para preservação da biodiversidade até 2030. Nesta edição, o principal objetivo da conferência era a regulamentação do Marco Global Kunming-Montreal, aprovado em 2022 no Canadá, que estabeleceu os objetivos e metas para a salvaguarda e uso sustentável da biodiversidade.
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) é uma organização dedicada a salvar vidas, assegurar os direitos e garantir um futuro digno a pessoas que foram forçadas a deixar suas casas e comunidades devido a guerras, conflitos armados, perseguições ou graves violações dos direitos humanos.