A idade ainda é uma fronteira
É necessário transpor as fronteiras formais para habilitar um exercício pleno de seus agentes: os cidadãos.
(Reinventar a Educação. Edgar Morin e Carlos Delgado. Tradução de Irene Reis dos Santos. Ed. Palas Athena. p. 112)
O país que tem muita população é populoso, assim como à pessoa com muita idade chamamos de idadoso, e para simplificar: idoso.
Em 2032 o Brasil será considerado um país velho, com mais de 32,5 milhões de brasileiros com 65 anos ou mais. Será que será também um país sábio?
A lei diz que o envelhecimento é um direito personalíssimo e está decretado: temos o direito a envelhecer. Mas, num mundo que cultua a juventude, como exercemos este direito? Como aceitamos que estamos velhos e como os demais nos aceitam, apesar disso?
Famosos, como a Xuxa, têm insistido em avisar seus fãs: “Gente, estou envelhecendo”. E há os que não aceitam isso, tratam de dizer que ela está velha, como se isso fosse insulto. E se até a Xuxa a por isso, imagine só os meros mortais.
Velho? ‘Velho é seu preconceito’, já diz o lema do Projeto Social Velho amigo. Precisamos ultraar esta fronteira!
Essa gente cheia de idade também é cheia de sabedoria, cheia de experiência que pode alimentar nossa juventude ansiosa.
Que tipo de educação pode se beneficiar de todo este conhecimento?
Somente aquela que se paute nas relações!
Precisamos de uma educação que esteja preocupada com a qualidade das relações. Quem, quando criança, já viveu a experiência da relação com os idosos, sabe do potencial que esta convivência tem no desenvolvimento emocional dos envolvidos.
Sou tutora educadora de um menino de 13 anos. Ele está se preparando para uma prova de matemática. O avô foi engenheiro. Ambos amam esta prova porque é o momento só deles, um momento em que o neto ira o saber do avô e este, por sua vez, sente-se feliz por compartilhá-lo. E se a escola incluísse também os avós no processo de aprendizagem? Essa seria a melhor relação ganha-ganha.
Referências e sugestões para avançar na temática:
MORIN, Edgar; DELGADO, Carlos Jesus. Reinventar a educação: abrir caminhos para a metamorfose da humanidade. Tradução de Irene Reis dos Santos. São Paulo: Editora Palas Athena, 2016.
Estatuto do idoso. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/>. o em: 11/06/2019.
Projeto Velho Amigo
Disponível em: <https://www.velhoamigo.org.br/>. o em 11/06/2019.
Dicas de como os avós podem ajudar na educação dos netos
Disponível em: <https://www.mildicasdemae.com.br/>. o em: 11 /06/2019.
Artigos científicos:
FREITAS, Maria Célia de; QUEIROZ, Terezinha Almeida; SOUSA, Jacy Aurélia Vieira de. O significado da velhice e da experiência de envelhecer para os idosos. São Paulo: Revista Escola de Enfermagem da USP, 2010, pp. 407, 412. Disponível em: <http://www.scielo.br/>. o em: 11/ 06/2019.
DIAS, Cristina Maria de Souza Brito; HORA, Flávia Fernanda Araújo da; AGUIAR, Ana Gabriela de Souza. Jovens criados por avós e por um ou ambos os pais. Psicol. teor. prat., São Paulo , v. 12, n. 2, p. 188-199, fev. 2010 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872010000200013&lng=pt&nrm=iso>. o em: 11/ 06/2019.
SALGUEIRO, Claudia Daniele Barros Leite. DIAS, Cristina Maria de Souza Brito. COELHO, Larissa, de Siqueira. A Importância da pessoa idosa/ Avós na educação infantil: estratégias e vivência exitosa de inclusão. Presidente Prudente: Nuances estudos sobre educação, v. 26, n.3, p. 174-189, set/ dez. 2015. Disponível em: <http://revista.fct.unesp.br/>. o em: 11/06/2019.