A história da “cidade fantasma” que foi uma das mais ricas do país

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São João Marcos, uma cidade do estado do Rio de Janeiro, já foi uma das mais ricas do país devido ao rentável plantio de café

Fotografia de Igreja do Rosário / Foto: Divulgação “Parque Ecológico e Ambiental de São João Marcos”

São João Marcos, uma cidade do estado do Rio de Janeiro, já foi uma das mais ricas do país devido ao rentável plantio de café, desenvolvendo-se durante o período colonial e alcançando seu auge econômico em 1850.

Hoje, virou uma cidade fantasma, suas ruínas foram tombadas em 1990 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), e de 2008 para cá aram a ser protegidas pelo Parque Arqueológico e Ambiental de São Marcos.

O início de São João Marcos ocorreu com a construção de uma capela dedicada ao santo que nomeia a cidade. Deste ponto em diante, foi natural a criação do povoado, atraído pela terra fértil da região, ideal para o cultivo de café.

Em seu ápice, tinha 18 mil habitantes (8 mil desses correspondendo a pessoas escravizadas que trabalhavam nas plantações), contava com duas igrejas, duas escolas públicas, dois cemitérios, dois clubes, um hospital, uma agência de correios, um teatro e um time de futebol, além de prédios do governo, lojas e moradias.

O fim do ciclo do café, por outro lado, acabou encerrando a economia próspera de São João Marcos. Em 1940, sua riqueza e influência foi enterrada como um distante ado glorioso enquanto o local era condenado à demolição em nome do progresso, materializado pela usina hidrelétrica de Fontes Novas.

Era então o governo do presidente Getúlio Vargas, e se fazia necessário o alagamento da área urbana da cidade de origem colonial para ampliar o reservatório da usina.

Dessa forma, São João Marcos, que em 1939, apenas um ano antes, havia sido tombada como patrimônio nacional, foi destombada para garantir o futuro idealizado por Vargas.

A cidade, todavia, não foi inteiramente apagada do mapa. As ruínas que sobreviveram à sua demolição foram redescobertas no século 21, uma vez que a Usina Hidrelétrica de Fontes Novas, que permanece ativa até os dias atuais, não a cobriu por inteiro.

Assim, aos poucos, os vestígios das construções de outrora recuperaram seu valor na forma de artefatos históricos, resumindo em si diferentes etapas da história brasileira. Por sua história de usufruir de mão de obra escravizada para sua riqueza, alguns visitantes dizem ser mal-assombrada. A memória do local é guardada hoje pelo Parque Arqueológico e Ambiental de São Marcos que é aberto para visitação.

 

Fonte: Aventuras na História/ UOL


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