A falácia do capitalismo humanizado

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Foto: Adobe Stock.

O atual estágio de barbárie humana faz parte das relações sociais entre os homens e a sua relação com a natureza. Nesse campo, não podemos deixar de refletir e analisar as verdadeiras causas das tragédias humanas e o agravamento das questões climáticas que atinge todo o planeta.

O “capitalismo humanizado”, defendido pelos pós-modernos, não a de uma falácia e de um cinismo diante do agravamento da desigualdade social e do aumento desenfreado da concentração de renda e poder jamais visto.

Segundo o relatório da OXFAM (2024) os números dos últimos três anos são alarmantes. Ressalta-se que, desde 2020, os cinco homens mais ricos do mundo duplicaram suas fortunas. Por outro lado, cinco bilhões de pessoas em todo planeta ficaram mais pobres (60%). A oligarquia global avança controlando a economia, a política e todas as esferas sociais e ambientais.

Conjuntura de um suposto “capitalismo humanizado”, com características de desigualdades crescentes e extremas, poder político, ganância, e irresponsabilidade com todas as formas de vida humana, o que coloca em risco a sobrevivência do planeta.

É nesse estágio atual monopolista-financeirizado que as crises se intensificam: guerras, fome, miséria e colapso climático. Paralelo a isso, aumenta-se as privatizações dos serviços públicos e a criminalização do Estado em face a ideologia do mercado eficiente e promotor do crescimento e desenvolvimento.

Nesse maravilhoso mundo para poucos, o “capitalismo humanizado” sequestra a vida objetiva e subjetiva, utilizando armas suaves de manipulação, via narrativas de cunho irracional, individual, sobrenatural e divino.

Ailton Krenak chama a atenção de que a natureza está dando um ultimato e que só cabe ao homem mudar essa relação destrutiva, aqui e agora. Para isso, acredito que é de suma importância resgatarmos a racionalidade sequestrada pelo sistema e construirmos um novo mundo de respeito a vida na sua totalidade.

A “mãe terra” é generosa, mas ela está exausta e furiosa. A saída somos nós, tristes e cruéis homens!

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*A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião do Observatório do Terceiro Setor.

Márcia Moussallem

Assistente Social e Socióloga. Mestra e Doutora em Serviço Social (PUC/SP); MBA em Gestão para Organizações do Terceiro Setor. Professora Universitária. Publicou seis livros. Colunista do Observatório do Terceiro Setor.


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