A brasileira que lutou pelos direitos de mulheres, negros e indígenas
Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto, conhecida também como Nísia Floresta, nasceu em 12 de outubro de 1810, na Capitania da Paraíba (atual Rio Grande do Norte). Foi uma educadora, escritora e poetisa brasileira.
Foi pioneira na educação feminista no Brasil, com protagonismo nas letras, no jornalismo e nos movimentos sociais.
Defensora de ideais abolicionistas, republicanas e principalmente feministas, de consciência antecipadora para sua época, influenciou a prática educacional brasileira, rompendo limites do lugar social destinado à mulher.
No cenário de mulheres reclusas ao casamento e maternidade, diante de uma cultura de submissão, foi a primeira figura feminina a publicar textos em jornais, na época em que a imprensa nacional ainda engatinhava.
Dionísia Pinto ainda dirigiu um colégio para meninas no Rio de Janeiro e escreveu diversas obras em defesa dos direitos das mulheres, dos indígenas e dos negros escravizados, envolvendo-se plenamente com as questões culturais de seu tempo através de sua militância sob diversas vertentes.
O ano de 1831 foi marcante pelas primeiras publicações escritas de Dionísia. Ela publicou em um jornal pernambucano chamado ‘Espelho das Brasileiras’ uma série de artigos sobre a condição feminina, sendo uma das mulheres pioneiras na contribuição para jornais da época.
Em 1832, ela publicou seu primeiro livro, ‘Direito das Mulheres e Injustiça dos Homens’, e assinou pela primeira vez com o pseudônimo de Nísia Floresta Brasileira Augusta. A escolha se deu porque Floresta era o nome da fazenda onde nasceu, Brasileira pelo orgulho de seu país e Augusta como uma homenagem e recordação de seu segundo companheiro e grande amor.
Ao a publicação do livro, já com seu pseudônimo, a autora ganhou o título incontestável de pioneira no movimento feminista brasileiro, denunciando o estado de inferioridade no qual viviam as mulheres de sua época e procurando romper com os preconceitos que as cercavam.
Publicado em 1841, seu segundo livro, ‘Conselhos à minha filha’, foi um presente de aniversário para Lívia, que completava doze anos.
A partir de 1847, suas obras aram a contemplar mais a educação, nunca abandonando a bandeira da igualdade entre gêneros.
Nísia Floresta chegou ao Rio de Janeiro no dia 31 de janeiro de 1838, mesmo ano em que fundou o Colégio Augusto, de propostas pedagógicas revolucionárias para a época.
O projeto educativo do Colégio Augusto era direcionado para meninas e mesclava o ensino tradicional feminino – totalmente voltado para a criação e preparação da menina para o matrimônio e maternidade como única possibilidade possível – com conhecimentos de ciências, línguas, história, religião, geografia, educação física, artes e literatura.
A crítica publicada no jornal ‘O Mercantil’ sobre o colégio reflete a mentalidade da época sobre a educação feminina: “Trabalhos de língua não faltaram; os de agulha ficaram no escuro. Os maridos precisam de mulher que trabalhe mais e fale menos.”
É inegável a relevância de Dionísia Gonçalves Pinto para a evolução do feminismo no Brasil e para a emancipação das mulheres no país.
Nísia morreu idosa, com pneumonia, no dia 24 de abril de 1885, na França. Em 1948, no dia 23 de dezembro, o município de Papari, onde ela nasceu, mudou de nome e ou a se chamar Nísia Floresta, recebendo, em 1954, seus restos mortais.
Em 2012, foi inaugurado o Museu Nísia Floresta, localizado em um casarão do século XIX, no centro da antiga Papari.
Para saber mais:
A mulher na luta por direitos – um estudo na perspectiva de gênero
Nísia Floresta: o conhecimento como fonte de emancipação e a formação da cidadania feminina
Nísia Floresta e a escrita em defesa da educação feminina nos oitocentos
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