ONG RECODE promove o empoderamento digital de jovens vulneráveis
A RECODE atua há 26 anos com o objetivo de ampliar as oportunidades para jovens em situação de vulnerabilidade social e oferecer ferramentas para o mercado de trabalho

Por: Mariana Lima
Considerando o uso de computador, celular, tablet ou televisão, uma em cada cinco residências brasileiras não tem o à internet, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua 2018, do IBGE.
O preço alto dos aparelhos e dos pacotes de internet mantém 14,9 milhões de domicílios desconectados. Neste cenário, a ONG RECODE fez do combate a este problema o norte de suas ações nos últimos 26 anos.
A organização do terceiro setor surgiu com o objetivo de oferecer formação e oportunidades para jovens em situação de vulnerabilidade social e de baixa renda pelo país, por meio da inclusão digital.
“A RECODE começou a atuar quando o termo inclusão digital ainda era desconhecido no Brasil. Foi uma das primeiras organizações a utilizar computadores doados para promover atividades nessa linha com parceiros nas comunidades”, conta Wanderson Skrock, coordenador de operações da ONG.
Hoje, a organização está presente em nove países, com 1.152 centros de empoderamento digital. Em mais de duas décadas, a organização conseguiu atingir cerca de 1,7 milhão de pessoas.
Para conseguir alcançar um maior número de pessoas, a organização chegou a recolher equipamentos eletrônicos descartados por empresas para realizar o recondicionamento e distribuir para os projetos e instituições parceiras.
Além de oferecer o equipamento, a organização foi percebendo que era necessário ter uma metodologia que abraçasse a comunidade onde os projetos seriam desenvolvidos.
Inspirada na atuação do educador e filósofo Paulo Freire, a RECODE aliou os princípios do educador com os conceitos de Educação Integral e Cultura Digital para transformar os jovens em “reprogramadores” de suas realidades.
São quatro os: Ler o mundo; compreender para agir; planejar para impactar; e experimentar para avaliar.
“Ensinamos o jovem de baixa renda a se empoderar. Nos baseamos no impacto positivo que ele pode realizar a partir da tecnologia. Mostrar que ele é protagonista e pode promover soluções para os problemas da própria comunidade”, argumenta Skrock.
Contudo, para alcançar esse objetivo, o jovem precisa ter os recursos. De acordo com a Pnad Contínua 2018, do IBGE, 99,2% dos domicílios que usavam internet tinham o ao serviço pelo celular, sendo que em 45% destes casos, essa era a única forma de o.
“A tecnologia ainda é uma ferramenta muito cara para a população de baixa renda, mas, ao oferecer essas oportunidades, podemos mudar a comunidade e colaborar com a economia do país, uma vez que teremos mais jovens qualificados profissionalmente na área tecnológica”.
Skrock reforça que as formações oferecidas pela RECODE em parceria com as organizações que já atuam nas comunidades são, na maior parte dos casos, as únicas oportunidades às quais a população local tem o.
“Chegamos em locais em que os recursos tecnológicos são escassos e os cursos por fora são caros. A formação, além de dar base para os jovens no mercado de trabalho, muda a estrutura familiar. Ele consegue ajudar em casa e, às vezes, até motiva os pais e avós a se capacitarem também”.

Apesar do foco principal dos cursos serem os jovens que estão tentando uma vaga no mercado de trabalho, a organização oferece formações para todas as idades, a partir dos 12 anos.
No momento, a RECODE tem quatro capacitações online disponíveis: “Ferramentas digitais para o mercado de trabalho”, “Reprogramando seu futuro”, “Desenvolvimento de sistemas web” e “Tecnologias para o futuro”.
Mas a capacitação de destaque é a ‘RECODE PRO’, que forma anualmente pessoas de 18 a 39 anos em maior situação de vulnerabilidade social como programadores full stack. O programa foca na empregabilidade para que o aluno desenvolva uma carreira na área tecnológica.
Ao contrário das outras formações, a RECODE PRO tem um processo seletivo, uma vez que tem um número específico de vagas.
“Se o jovem que se inscreveu e ou na seleção não tem computador ou internet, nos mobilizamos com nossos parceiros para conseguir garantir esses recursos. Atuamos desde as capacitações mais básicas até a programação. Nossa meta é oferecer oportunidades”, revela Skrock.
Com a pandemia, algumas das organizações que recebiam em seus espaços as capacitações da RECODE não conseguiram abrir. Ainda assim, a RECODE conseguiu adaptar o conteúdo para o espaço online para continuar alcançando o público-alvo.
“Foi um ano difícil. Muitos jovens que poderiam fazer as nossas capacitações aram pela encruzilhada de ter que escolher entre a formação ou o sustento”, destaca.
Desde 2013, a RECODE vem focando na questão educacional e conta com a ReUrbi – Recicladora Urbana para recolher os equipamentos das empresas, recondicioná-los e encaminhá-los para os projetos parceiros.
“A ReUrbi tem na essência essa responsabilidade de cuidado com o meio ambiente. É uma parceria que vem dando certo porque é um parceiro que também compartilha conosco o desejo de promover o empoderamento digital”, defende Skrock.
Por meio da parceria com a ReUrbi, a RECODE recebe os equipamentos da linha de seminovos REMAKKER. Para Ronaldo Stabile, sócio fundador e CEO da ReUrbi, a parceria mostra o papel da colaboração no Terceiro Setor.
“Foi a partir da parceria com eles que definimos nosso modelo de negócio de impacto não só ambiental, mas nosso braço para seguirmos pelo caminho do impacto social via Inclusão Sociodigital. Empresas podem sim ser agentes de transformação para um modelo econômico preocupado com o meio ambiente e a sociedade, sem abrir mão de resultados econômicos”, conta.
Desde 2013, a ReUrbi já conseguiu atender 80 projetos sociais de inclusão digital, com os equipamentos da linha REMAKKER. Ao todo, foram produzidos 23 mil equipamentos desta linha.
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Este conteúdo foi produzido por meio de uma parceria entre o Observatório do Terceiro Setor com a ReUrbi – Recicladora Urbana.
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